O secretário da Seed (Secretaria Especial de Ensino a Distância, do Ministério da Educação), Marcus Dantas, será um dos conferencistas do 5º Fórum Social Mundial, que deverá se realizar em Porto Alegre (RS) entre 26 e 30 de janeiro. Ele abordará o tema Escola Pública como Vetor de Inclusão Digital.

O tema central da palestra do secretário é o papel das tecnologias na educação. Marcos Dantas considera a educação um fator de exclusão no Brasil e no mundo. Ele afirma, por exemplo, que não gosta de falar em "inclusão digital".

"Isto foi uma situação lançada no mundo, pelo interesse dos grandes produtores de computador e vendedores de software, para ampliarem seus mercados à custa dos mercados governamentais. Acho que devemos ter um programa alternativo a este que eu costumo chamar de info-inclusão, que é justamente incorporar as camadas pobres e carentes da sociedade às novas tecnologias", disse.

De acordo com o secretário, a info-inclusão permitirá um acesso mais justo e democrático das sociedades pobres às tecnologias de mercado, não permitindo que essas sejam apenas meras usuárias dessas tecnologias. Ele explica que a Seed/MEC é, na verdade, uma secretaria de inovação tecnológica na educação.

"O que nós estamos trabalhando aqui é o desenvolvimento de soluções para a melhoria da qualidade do ensino, com a incorporação de tecnologias. Com isso, mostramos a aplicação de um computador, do ponto de vista didático-pedagógico", disse ele.

Segundo Marcos Dantas, a Seed/MEC tem uma "meta audaciosa" a cumprir. "Pretendemos desenvolver uma indústria brasileira de conteúdos educacionais. É ter a universidade e os centros de pesquisa desenvolvendo os conteúdos e os empreendedores transformando esses conteúdos em produtos de mercado", afirmou.

Fórum
A primeira edição do Fórum Social Mundial foi realizada em 2001. É a segunda vez que o evento anual se realiza em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Durante uma semana, movimentos sociais e cientistas sociais de todo o mundo expõem idéias, propostas e discutem formas e alternativas de engajamento para a maioria da população desprovida das vantagens dos países ricos. O objetivo é traduzir em resultados as propostas de se fazer um mundo com mais democracia e justiça social.

As informações são da Folha Online.