HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
 

ensino superior
12/04/2004
Congresso prioriza carentes em cotas

BRASÍLIA. O Congresso, que há cinco anos discute a implantação de cotas no ensino público, vem deixando em segundo plano o critério racial para a distribuição dessas vagas. Entre os 22 projetos de lei sobre o assunto que tramitam desde 1999, apenas quatro tratam da reserva de vagas para negros e indígenas. Os demais criam cotas para estudantes de escolas públicas ou alunos carentes.

O grande número de projetos sobre a criação de cotas no ensino superior que tramitam no Congresso foi uma das razões para o governo desistir da medida provisória que reserva vagas nas universidades públicas. Em vez disso, o governo optou por fazer mais um projeto de lei. Na avaliação do governo, o assunto já vem sendo intensamente debatido para ser atropelado por uma medida provisória.

Reunião
De acordo com o ministro da Educação, Tarso Genro, que tratou do assunto numa reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, a mudança foi estabelecida para prestigiar o Congresso. Os parlamentares reclamavam de serem deixados de lado em mais uma proposta polêmica da educação.

Os projetos são semelhantes, apesar de estipularem números diferentes de vagas a serem reservadas e de incluírem critérios diversos para considerar alguém carente. Eles foram unidos a uma das propostas vindas do Senado, para que seja feito um substitutivo.

Esse projeto, de 1999, prevê que 50% das vagas nas universidades públicas sejam reservadas para estudantes que cursaram todo o ensino fundamental e o médio em escolas públicas. Há outros projetos que consideram suficiente o estudante ter cursado apenas o último ano do ensino médio na rede pública.

Quatro projetos não levam em consideração onde o jovem estudou, mas a renda familiar. No entanto, a comprovação e o limite considerado para baixa renda diferem consideravelmente. Uma das propostas não estabelece limite de renda, apenas uma comprovação por documentos. Outra reserva 50% das vagas para estudantes com renda familiar inferior a 12 salários-mínimos (hoje R$ 2.880).

Em outro projeto, é considerado carente o jovem oriundo de uma família com renda inferior a cinco salários-mínimos (R$ 1.200). O quarto projeto estabelece como limite a isenção do Imposto de Renda (hoje de R$ 1 mil). Ainda há a proposta de reserva de vagas para estudantes carentes que trabalhem com carteira assinada.

Segundo plano
Ao menos no Congresso a questão racial ficou em segundo plano. Entre os quatro projetos que existem hoje, dois reservam 20% das vagas apenas para negros, outro propõe o mesmo índice para negros e indígenas e um garante vagas para índios aprovados em vestibulares, independentemente das demais vagas existentes.

O projeto que deverá ser apresentado pelo governo está nas mãos da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e da Casa Civil. Apesar da defesa feita por Tarso de que as cotas devem ter um componente social ainda não se sabe qual será sua versão final.


As informações são do jornal O Globo.
   
 
 
 

NOTÍCIAS ANteriores
12/04/2004 Desigualdade na escolarização aparece em Estados de mesma região
12/04/2004
Lula paga o preço por ter sido eleito com discurso moralista, diz antropólogo
12/04/2004
Filantrópica ganha R$ 839,7 mi de incentivo
12/04/2004
Lula aumenta a carga de tributos que afetam pobres
12/04/2004
Gasto social fica estagnado no 1º ano do governo Lula
08/04/2004
Conta de luz sobe em 4 Estados e reajuste máximo supera 28%
08/04/2004
Acidentes de trânsito dão prejuízo de R$ 10 bi
08/04/2004
Critério de cotas para negros e índios será o da proporcionalidade
08/04/2004
Cem mil servidores contratados sem concurso podem ganhar estabilidade
08/04/2004
Reforma sindical deve ir neste mês para o Congresso