Gilberto Dimenstein
As estatísticas
sobre a morte de motoboys em São Paulo estão
erradas,
de acordo com estudos realizados pelo Hospital das Clínicas.
A situação é
pior do que a apresentada pela CET (Companhia de Engenharia
de Tráfego),
segundo a qual morreriam um motoqueiro a cada três dias.
A partir
de dados da enfermeira-chefe da Escola de Enfermagem da Universidade
de São Paulo, Marie Sumie Koizume, é possível
chegar a estimativa de
que, por dia , morrem três motoqueiros.
O problema
das estatísticas oficiais é o seguinte: o CET
apenas
contabiliza as mortes que ocorrem no trânsito. Se morrer
no hospital, não entra em
seus registros. Maria Sumie acompanhou o que acontece com
os motoqueiros que
chegam acidentados aos hospitais e constatou que cerca de
60% deles
acabam morrendo.
Misturando-se
o número de motoqueiros que chegam aos hospitais às
mortes registradas pelo CET, chega-se à estimativa
de três mortes por dia.
Calcula-se que existam na cidade 250 mil motoboys.
A estimativa
faz parte do documentário Motoboys, "Vida Loca",
de Caíto
Ortiz e Giuliano Cedroni, que acompanhou oito motoqueiros
durante um ano, a
ser lançado na próxima semana no Festival Internacional
de Cinema.
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