São
Paulo é uma cidade violenta para todos os seus habitantes,
mas a criminalidade está mais próxima dos jovens,
revela uma pesquisa que será apresentada hoje. O levantamento
foi realizado pelo Instituto Futuro Brasil em 5.000 residências
da Capital.
Na faixa entre 16 e 25 anos, 49,7% dos homens foram abordados
pela polícia nos últimos 12 meses — e
19,5% se disseram ameaçados ou desrespeitados. Apenas
16,2% dos homens com mais de 40 anos foram abordados. Apenas
2,4% deles teriam sido ameaçados.
Os rapazes, segundo o levantamento, também são
mais agressivos e demonstram um desejo maior de ter uma arma
de fogo. Entre os homens de 16 a 25 anos, 20% dos entrevistados
disseram querer um revólver. Entre os 40 e os 59 anos,
o percentual cai para 10,1%. “Como os jovens estão
mais expostos à violência, demandam mais armas
de fogo”, avalia o cientista político Leandro
Piquet Carneiro, coordenador do estudo. “Em geral, os
números confirmam que os jovens são as maiores
vítimas e também os principais agressores.”
Colômbia
Segundo a pesquisa, 55,2% dos paulistanos já sofreram
um roubo a mão armada e 22,8% foram ameaçados
com uma arma ao longo da vida. Nos últimos 12 meses,
7,7% dos moradores da Capital foram roubados. É uma
taxa bem maior do que as encontradas na França (1,1%)
ou nos Estados Unidos (0,6%). Nesse quesito, São Paulo
perde apenas para a Colômbia (10,6%), que vive uma guerra
civil. E ganha do país vizinho em casos de furto e
roubo de carros e de agressão física.
O levantamento completo será apresentado hoje em um
seminário na Capital. O secretário de Segurança
Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, será um
dos debatedores. Os dados serão entregues à
secretaria, que poderá utilizá-los como subsídio
para o combate à criminalidade.
Tito Montenegro,
do Diário de S.Paulo.
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