O ministro da Educação,
Cristovam Buarque, homologou ontem parecer do CNE (Conselho
Nacional de Educação), aprovado em setembro,
que recomenda a proibição dos "vestibulinhos",
exame para selecionar alunos candidatos a uma vaga no ensino
fundamental (de 1ª a 8ª série).
A prática é bastante adotada por escolas particulares
que têm grande procura principalmente pela 1ª série
do ensino fundamental.
Quando recebeu o parecer, no final do mês passado,
o ministro já havia concordado com a decisão
da secretária de Ensino Infantil e Fundamental do MEC,
Maria José Feres, que votou pela aprovação
da medida no conselho.
Com a homologação, as escolas, sejam públicas
ou privadas, estão sujeitas a sanções
caso realizem o exame. Cabe aos conselhos estaduais e municipais
de educação decidir sobre as penalidades a serem
aplicadas às instituições.
O Ministério Público dos Estados pode atuar
nesses casos, inclusive propondo ações na Justiça.
Os pais que se sentirem lesados também devem recorrer
ao Ministério Público ou aos governos estaduais.
Saída
A alternativa para as escolas, caso haja maior número
de candidatos do que vaga, é adotar outros tipos de
seleção, como ordem cronológica de inscrição,
sorteio ou o critério de o pretendente já ter
irmãos matriculados na instituição.
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) já proíbe
a prática. O parecer do CNE é uma resposta a
solicitação feita pela promotora Eugênia
Augusta Fávero, da Procuradoria Regional de Direitos
do Cidadão, do Ministério Público Federal
em São Paulo.
Fávero detectou que crianças portadoras de
deficiências não entravam em escolas que adotavam
a medida porque não passavam no "vestibulinho".
Por isso, em 2000, pediu ao Ministério da Educação
que expedisse portaria proibindo os exames.
De acordo com o parecer do conselho, a medida visa evitar
que uma criança seja submetida, mesmo com a autorização
dos pais, a qualquer forma de ansiedade, pressão ou
frustração.
Na avaliação do CNE, o exame pode ser feito
como forma de analisar o grau de aprendizado dos alunos e
para oferecer melhores condições de ensino,
como acontece, por exemplo, com o Saeb (Sistema de Avaliação
da Educação Básica), aplicado para alunos
de 4ª e 8ª série e do 3º ano do ensino
médio.
O Saeb visa analisar o aprendizado dos alunos em língua
portuguesa e matemática naquela série.
As informações são
da Folha de S. Paulo, sucursal de Brasília.
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