As mensalidades escolares poderão
subir em média 15% e chegar a 20% de aumento em 2004,
apertando ainda mais o orçamento de quem ainda tem
filho em escola particular. A estimativa é do Sindicato
dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo
(Sieeesp), que representa 6,5 mil escolas particulares, incluindo
do maternal ao ensino médio. O diretor do Semesp, que
reúne escolas de ensino superior, Hélio Mendes,
não faz estimativa sobre aumentos. Mas diz que a entidade
está preocupada com o efeito, sobre os custos e as
mensalidades, da elevação da Cofins (Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social), que deve passar
de 3% para 7,6% em fevereiro.
Segundo o Sieeesp, cada escola está estudando sua
situação, para poder fechar as planilhas de
custos e fixar os novos preços, que têm de ser
divulgados 45 dias antes da data final da matrícula.
“Quem puder tentará repassar o mínimo
possível às mensalidades, que vão pesar
no bolso das famílias. Mas muitos estabelecimentos
não poderão fugir das pressões, como
as diferenças já não repassadas ano passado
e, agora, a alta da Cofins”, diz o presidente do sindicato,
José Augusto Lourenço.
Ele lembra que, no fim de 2002, a inflação
disparou nos últimos meses do ano, sem que muitas escolas
pudessem repassar reajustes, sobretudo de tarifas e salários,
aos preços finais. A maioria, diz, acabou reajustando
as mensalidades na média de 9%. “Este ano, embora
o IPCA estimado de janeiro a dezembro seja de 9,5%, haverá
diferenças a repor. O peso da Cofins também
será considerado, embora estejamos estudando o questionamento
judicial da elevação da contribuição”,
diz Lourenço.
Ele destaca que um fator que pesa para as escolas é
a inadimplência, que subiu 54%, da média de 7%
em 2002 para 10,8%. Para o consultor José Dutra Sobrinho,
esses aumentos ficam muito acima da inflação
estimada para os próximos 12 meses, na casa dos 6%.
E irão pressionar ainda mais a taxa de inadimplência.
SANDRA MOTTA
Do Diário de S. Paulo
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