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inovação
11/11/2003
Empresa desenvolve biodiesel da mamona e já atrai comprador

Um diesel politicamente correto, que faça funcionar ônibus, tratores e outros equipamentos motorizados, assim como o diesel comum, mas sem poluir e gerando empregos na agricultura familiar: essa é a concepção do biodiesel da mamona, desenvolvido pela Tecbio (Tecnologias Bioenergéticas Ltda.), empresa incubada no Parque Tecnológico do Nutec (Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial) -do governo do Ceará.

O projeto, que foi apresentado em Brasília a deputados federais na semana passada, já tem interessados: uma empresa de ônibus do Ceará, a Guanabara, assinou um protocolo de intenções para passar a abastecer uma frota de 6.000 veículos com o óleo derivado da mamona a partir do próximo ano, assim que houver a colheita dos primeiros 10 mil novos hectares de mamona a serem plantados para esse projeto.

Em todo o Nordeste, deverão ser plantados 100 mil novos hectares de mamona em 2004, com o apoio do Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra as Secas), para a produção do óleo.

"Agora o biodiesel decolou", disse Expedito Parente, da Tecbio, autor da primeira patente mundial do produto, na década de 1980, e pesquisador do biodiesel da mamona.

O biodiesel já tem sido utilizado com sucesso no exterior, como na Alemanha. É produzido a partir de óleos e gorduras vegetais ou animais, associados a metanol ou etanol. No Brasil, também são estudados pela Tecbio o biodiesel do coco de babaçu e do dendê, entre outros vegetais adaptáveis a cada região do país.

O desempenho do motor não é alterado com a utilização do biodiesel nem é necessário fazer nenhuma adaptação. No Ceará, já existe um veículo-piloto movido exclusivamente à base do combustível de mamona. O preço esperado para o litro deverá ser compatível ao do diesel mineral. "Na Alemanha, chega a ser 10% mais barato", disse Parente.

Para a apresentação em Brasília, uma miniusina de produção do óleo, de três toneladas, partiu de Fortaleza e foi instalada para produzir, diante dos deputados, biodiesel de mamona para abastecer um veículo no local. A expectativa é que, com o plantio da mamona, seja criado um emprego a cada dois hectares, com um rendimento de R$ 500 por hectare. A cada hectare plantado são produzidos até mil quilos de óleo de mamona.

Para a homologação do novo combustível, inclusive para venda comercial em postos, primeiro é necessária a utilização em uma frota particular, disse Parente.




Kamila Fernandes,
da Agência Folha.

   
 
 
 

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