O Governo vai ficar de olho nos
bancos para garantir as melhores condições nos
empréstimos aos aposentados com desconto direto dos
benefícios. Em reunião feita ontem em Brasília,
da qual participaram representantes do INSS, dos aposentados
e dos bancos, o Ministério da Previdência deixou
claro que irá monitorar as taxas cobradas nesses financiamentos,
as quais espera que fiquem abaixo dos 2% ao mês.
Segundo fontes que participaram da reunião, o ministro
Ricardo Berzoini informou aos bancos que pretende elaborar
um ranking com as taxas cobradas nos empréstimos. A
idéia é que sejam divulgadas na internet, para
que os interessados possam compará-las.
O consultor financeiro Miguel de Oliveira acha difícil
que esse monitoramento evite disparidades e taxas elevadas.
“O próprio site do BC monitora hoje taxas como
crédito pessoal e cheque especial, mas muitos bancos
informam taxas abaixo do que praticam. O aposentado terá
de ter cuidado dobrado, seja para não se endividar,
seja comparando as condições de financiamento
no mercado.”
Para o presidente do Sindicato dos Aposentados e Pensionistas
da Força Sindical, João Inocentini, ainda haverá
muita queda de braço em relação às
taxas que serão cobradas. “Achamos que a média
não poderá ficar acima dos 2% ao mês.
Mas os bancos estão reclamando muito de custos, de
dificuldades operacionais”, diz.
Na avaliação de Inocentini, por causa dessas
dificuldades apontadas pelos bancos, e também porque
a instrução normativa para regular os créditos
só deve sair nos próximos dias, dificilmente
os primeiros empréstimos acontecerão antes do
fim de dezembro ou começo de janeiro.
Ficou decidido ainda que haverá nova reunião
no dia 18, em que os bancos apresentarão as condições
de empréstimos que estão dispostos a oferecer
e a Dataprev informará sobre o custo que o INSS terá
para reter o dinheiro e fazer o repasse do dinheiro aos bancos.
O ministério também quer que os bancos estimulem
a troca de dívidas mais caras pelo crédito mais
barato pelos aposentados e deve ampliar o número de
bancos credenciados ao INSS para fazer o pagamento dos benefícios.
A estimativa dos técnicos da Previdência é
que 16 milhões de aposentados podem ser beneficiados
com o crédito.
SANDRA MOTTA
Do Diário de S. Paulol
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