De clientes,
jovens da classe média carioca passaram a fornecedores
do tráfico nas favelas da Rocinha (zona sul do Rio),
do Vidigal (zona sul) e de Niterói (cidade a 15 km
da capital fluminense). Investigação da 16ª
DP (Delegacia de Polícia), na Barra da Tijuca (zona
oeste), indica que os traficantes de classe média,
criados na região mais nobre do Rio, estariam fornecendo
a droga sintética ecstasy vendida nas bocas-de-fumo
da Rocinha.
Para o antropólogo Gilberto Velho, os jovens de classe
média estão suscetíveis a entrar para
o narcotráfico por causa da desvalorização
do trabalho: "Eles querem ter independência com
pressa e voracidade. Não aguentam esperar, fazer uma
faculdade, arrumar emprego em que vão ganhar num mês
o que ganham num fim de semana vendendo drogas".
Já a inspetora Marina Maggessi, coordenadora de Inteligência
da Secretaria de Segurança do Estado do Rio, considera
que a maioria dos traficantes de classe média entra
no negócio por ser viciada.
Ela afirma que, diferentemente dos traficantes pobres, eles
atuam de forma autônoma. Segundo ela, muitas vezes um
deles viaja para buscar droga no Paraguai ou na Colômbia,
mas depois da volta cada um age sozinho, vendendo para seu
círculo de amigos.
As informações são
da Agência Folha.
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