Ter carteira assinada no Brasil se tornou luxo para muitos
trabalhadores. O mercado de trabalho piorou em setembro, segundo
o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os motivos da piora são a maior retração
da renda e o agravamento da informalidade. Em setembro, a renda
caiu 14,6% na comparação com igual mês de
2002 (a nona queda consecutiva) e cresceram as contratações
sem carteira e por conta própria.
Segundo o diretor do Instituto de Economia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, João Sabóia, há
uma onda de "precarização" no mercado
de trabalho e a criação de postos informais
é uma das principais razões para a retração
da renda, pois os salários são menores. Ele
destacou ainda a disparada da inflação como
causa da queda dos ganhos dos trabalhadores de 2002 para 2003.
Nesse período, o número de pessoas ocupadas
subiu 4,3%, o que representa a criação de 772
mil postos de trabalho.
A taxa de desemprego no mês passado subiu 1,4 ponto
percentual em relação a setembro de 2002, passando
de 11,5% para 12,9%. Em relação a agosto, quando
havia sido de 13%, ficou praticamente estável (queda
de 0,1 ponto). Na comparação com agosto, a renda
recuou 2,4%.
"Para setembro, a gente previa reação
do mercado de trabalho, a julgar pelos anos anteriores. É
sempre um período de aquecimento. Mas o mercado de
trabalho não reagiu", disse Cimar Azeredo Pereira,
gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.
As informações são
da Folha de S. Paulo.
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