Fundações Banco do
Brasil e Getúlio Vargas divulgam resultados de pesquisa
inédita Um estudo inédito da Fundação
Banco do Brasil, em parceria com a Fundação
Getúlio Vargas, aponta que o repasse de um salário
mínimo a portadores de deficiência pelo governo
por meio do Benefício de Prestação Continuada
(BPC) cresceu 350% entre 1996 e 2001. A pesquisa mostra ainda
que o número de deficientes no País varia de
acordo com escolaridade, idade e renda.
Divulgado ontem, o relatório
Diversidade - Retratos da Deficiência no Brasil considerou
o grau de severidade das deficiências e revelou ainda
que 14,5% da população brasileira apresenta
algum tipo de limitação.
Segundo o estudo, metade da população
com mais de 60 anos sofre algum tipo de deficiência
e a média de renda das pessoas com limitações
físicas é de R$ 529,00, enquanto a de quem não
as tem fica em torno de R$ 628,00.
Além disso, é possível
perceber diferenças na escolaridade: 27,61% dos deficientes
não são alfabetizados. "Nota-se também
uma certa concentração de deficientes no Nordeste,
justamente por ser a região mais pobre", explica
o chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo
Neri. A Paraíba lidera o ranking dos Estados com maior
número de deficientes: 18,76% da população.
"Trata-se de um estudo que aponta
possibilidades de inclusão e de aplicação
de políticas sociais", afirma a diretora da área
de Saúde e Assistência Social da Fundação
Banco do Brasil, Dulcejane de Souza Vaz.
É exatamente isso que os portadores
de deficiência vêm cobrando. A consultora em projetos
de inclusão social Andrea Schwarz, de 27 anos, afirma
que muitas empresas não sabem por onde começar
quando querem criar programas que atendam às necessidades
desse público. "Fora isso, as cidades não
estão preparadas para recebê-los. Só na
capital, 8 mil pessoas ficam na cadeira de rodas mensalmente
e a cidade não se dá conta disso", diz.
Andrea, que sofreu uma lesão
na medula e perdeu os movimentos das pernas, diz que o mapa
vai ser uma referência para o País.
Os dados ficarão disponíveis
em bibliotecas e universidades públicas e nos sites
www.cidadania-e.com.br e www.fgv.br/cps.
Bárbara Souza
De O Estado de S. Paulo
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