O governo do Estado e a Prefeitura
de São Paulo participarão de um projeto para
criar um novo modo de transporte coletivo a ser implantado
na região metropolitana, intermediário entre
os sistemas metroviário e de ônibus - uma espécie
de "metrô sobre pneus" ou "ônibus-metrô".
O sistema, já batizado de TEU
(Transporte Expresso Urbano), será desenvolvido por
técnicos da ANTP (Associação Nacional
de Transportes Públicos), da SPTrans (São Paulo
Transporte) e da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes
Urbanos). A parceria foi oficializada em Vitória (ES),
no 14º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito.
O TEU é inspirado no projeto
Transmilênio, implantado há mais de dois anos
em Bogotá, na Colômbia, e elogiado pela comunidade
internacional.
Uma das principais características
para diferenciá-lo dos corredores de ônibus tradicionais
é a presença de vias expressas exclusivas. A
operação deve ser como a do metrô, com
a saída de veículos monitorada eletronicamente.
"É uma tecnologia valiosa que precisa ser testada",
diz Gerson Bittencourt, presidente da SPTrans.
Na sombra do TEU estão as obras
do Fura-Fila, atual Paulistão, que também propunha
um modo diferenciado sobre pneus, mas que acabou fracassando.
"O problema do Fura-Fila foi a área escolhida,
que liga nada a lugar nenhum, e a sofisticação
do veículo, não do sistema", alega Cláudio
de Senna Frederico, vice-presidente da ANTP.
Embora se proponha a ser "diferente",
segundo especialistas, ele também não se distancia
muito dos projetos de corredores de Curitiba e do ABC paulista
- com algumas melhorias.
"Não é uma adaptação
ou melhoria do sistema viário para receber os ônibus,
como estamos acostumados a fazer no Brasil. A idéia
nova é construir aquilo que for necessário,
até mesmo fazendo desapropriações, para
implantá-lo. Também não tem nada a ver
com contestar a importância do metrô. Mas jamais
teremos metrô na frente da casa de todo mundo",
afirma, referindo-se ao custo elevado dos sistemas sobre trilhos
(cada km de metrô custa até US$ 100 milhões,
de quatro a cinco vezes o custo esperado de um TEU).
A elaboração do projeto
será financiada pela ONG internacional Fundação
Hewlett. O empreendimento deve poder transportar 25 mil passageiros/hora.
A capacidade do metrô costuma se aproximar de 50 mil/hora.
A dos corredores de ônibus, de 15 mil/hora.
As informações são da Folha de S. Paulo. |