Está
em estudo pelo Ministério da Educação
(MEC) a criação do Exame Nacional do Ensino
Fundamental (Enef), que não apenas avaliaria o conhecimento
dos alunos da 8.ª série do ensino fundamental
como também poderia ajudá-los a ingressar no
ensino superior. A prova - opcional - seguiria os moldes do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), criado pelo
governo Fernando Henrique Cardoso em 1998 e feito anualmente
pelos alunos do 3.º ano. Além do Enef, a equipe
do ministro Cristovam Buarque quer estender o Enem aos alunos
do 1.º e do 2.º anos do ensino médio.
A nota do exame já é usada parcialmente por
mais de 400 instituições de ensino superior
para compor a nota de seus vestibulares. A Universidade de
São Paulo (USP), por exemplo, usa 20% da nota no exame
na 1.ª fase de suas provas.
Segundo o secretário do Ensino Superior do MEC, Carlos
Antunes, a idéia é que as notas das provas (todas
de conhecimento geral) formem uma média que poderá
ser aproveitada pelas instituições de ensino.
"O que estamos propondo é uma nova forma de acesso.
Imagina o menino pobre na 4.ª série: ele passa
ter uma outra perspectiva e uma outra motivação
ao saber que se estudar e chegar bem preparado na 8.ª
série aquilo vai ajudá-lo a entrar na faculdade",
disse ontem Antunes, que participou de um debate sobre educação
e pesquisa promovido pelas Faculdades Metropolitanas Unidas
(FMU) em São Paulo. "Essa perspectiva seria mais
motivadora para o aluno e para o professor."
Antunes disse que a proposta ainda será apresentada
em detalhes ao ministro.
A secretaria também quer criar uma avaliação
específica de português e matemática para
os alunos do último ano do ensino médio.
Ao contrário do Exame Nacional do Curso Superior,
o Provão, o Enem ganhou mais elogios do que críticas
desde sua criação. "O exame é muito
bem elaborado e sua utilização torna o vestibular
mais prático para as instituições",
diz o diretor-executivo da Associação Nacional
das Universidades Particulares (Anup), José Walter
Pereira dos Santos. "O Enem é uma iniciativa válida
e sempre passível de melhora."
Neste ano, 1,3 milhão de estudantes fizeram a prova
e governo federal gastou R$ 55 milhões para aplicá-la.
MARCOS DE MOURA E SOUZA
De O Estado de S. Paulo
|