O governo federal começa
a pagar hoje - depois de muitos desacertos e um ano após
a eleição do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva - os primeiros benefícios do Bolsa-Família.
Fruto da unificação dos programas de transferência
de renda, como o Bolsa-Escola e o Bolsa-Alimentação,
e grande aposta do governo Lula para melhorar seu desempenho
na área social, ele está sendo iniciado ainda
à espera de reparos. Parte do cadastro é remanescente
de programas antigos e considerada imprecisa até pelo
governo.
Em São Paulo, onde 112.763 famílias serão
beneficiadas, há sinais dessa imprecisão. Iporanga,
por exemplo, é a oitava cidade paulista com pior Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH), mas não foi incluída
na lista de beneficiados. Um dos critérios do Bolsa-Família
é justamente atender aos municípios com maior
desigualdade social. Hoje, quase 4 mil cidades de todos os
Estados começarão a fazer os repasses mensais
de R$ 50 a R$ 95 para 1,2 milhão de famílias.
As metas são atingir 3,6 milhões de famílias
até o fim do ano e 11 milhões até dezembro
de 2006. Foram incluídos nesse primeiro pagamento prioritariamente
municípios de até 200 mil habitantes com IDH
considerado baixo.
No Estado de São Paulo, Guarulhos é a cidade
com o maior número de famílias incluídas:
3.785. Nos 50 municípios com pior IDH, 6.988 famílias
serão beneficiadas. Já entre os 50 municípios
com melhor IDH, haverá 12.481 benefícios. Em
Itapirapuã Paulista, que tem o pior índice de
desenvolvimento humano do Estado, só 77 famílias
foram incluídas.
Os benefícios serão pagos pela Caixa Econômica
Federal, com os mesmos cartões magnéticos já
utilizados.
EDUARDO NUNOMURA e VÂNIA CRISTINO
De O Estado de S. Paulo
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