Pesquisa realizada pelo Inep (Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) sobre a realidade
da educação brasileira no campo aponta uma série
de desigualdades em relação à população
da zona urbana, tanto de infra-estrutura como de qualidade.
Na região rural, 29,8% dos adultos são analfabetos
e 23% dos alunos de 10 a 14 anos estão na série
adequada à sua idade. Para a população
urbana, esses índices são de 10,3% e 47%, respectivamente.
Um quinto da população do país (32 milhões)
está no campo.
A escolaridade média do morador da zona rural na faixa
dos 15 anos ou mais é de 3,4 anos, enquanto a urbana
é de 7 anos.
Além disso, 60% dos alunos no campo estão cursando
as primeiras quatro séries do ensino fundamental. São
atendidos 8,267 milhões de estudantes, que representam
15% das matrículas.
O trabalho foi divulgado ontem em um seminário promovido
pelo Ministério da Educação.
Em relação à infra-estrutura, as escolas
rurais estão em situação bem mais precária.
Só 5,2% delas possuem biblioteca -na zona urbana, o
percentual é 58,6%. A tendência é a mesma
em relação a laboratórios de informática
-0,5% contra 27,9%, respectivamente.
No seminário, que termina hoje, o governo pretende
obter subsídios para formular uma política de
educação no campo.
LUCIANA CONSTANTINO
Da Folha de S. Paulo, sucursal de Brasília
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