Tarifas públicas e alimentos
foram os itens que mais pesaram no bolso do paulistano nos
últimos meses. Segundo Cornélia Nogueira Porto,
coordenadora do Índice do Custo de Vida (ICV) do Dieese,
entre julho e setembro os aumentos de telefone, luz, água
e esgoto foram os que mais pressionaram o custo de vida, junto
com as altas em alguns alimentos, sobretudo produtos sazonais
e in natura, como carnes e legumes.
Apesar da falta de tempo, a microempresária Suzana
Jatobá, de 51 anos, moradora da região da Paulista,
faz muita pesquisa e tenta medir a inflação
no seu orçamento. Ela acredita que os aumentos de luz,
água e telefone foram os principais responsáveis
pelo aperto nas contas da casa, onde mora com a filha de 15
anos. “A gente houve dizer que a inflação
está em queda, os índices são baixos.
Mas muitas produtos e tarifas estão subindo em torno
20%”.
Suzana cita produtos como farinhas e carnes. E chega perto
dos índices de aumentos dos institutos especializados.
Pesquisa da Federação do Comércio (Fecomercio
SP), que só monitora preços no varejo, mostra
que de julho a outubro a farinha de mandioca subiu 20,17%,
de R$ 1,14 para R$ 1,37 o pacote de meio quilo. O frango aumentou
de R$ 2,26 para R$ 2,72 — mais 20,35%. O fígado
de boi subiu 20,08%, de R$ 4,83 para R$ 5,80 o quilo, o do
lagarto passou de R$ 7,23 para R$ 8,02 (11%).
Já a alta acumulada das tarifas é grande, mas
na média pesa menos que os alimentos. Segundo dados
do Dieese, de julho a setembro a eletricidade em São
Paulo aumentou 10,43%, água e esgoto, 19,01%, e telefone
mais 14,30%.
“Infelizmente, gastos com tarifas públicas não
se tem como driblar. Resta pesquisar os alimentos, buscar
ofertas e até mudar de marca”, diz Suzana.
No acumulado até outubro, os serviços públicos
(inclui transportes) subiram 13,45% em média, contra
7,55% dos alimentos. “Como as tarifas aumentaram a partir
de julho, a tendência é que deixem de pesar no
índice.”
As informações são
do Diário de S. Paulo.
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