A greve que atinge há dois dias as montadoras
do Estado de São Paulo deve contar hoje com a adesão
de mais 20 mil metalúrgicos de 12 regiões do
interior e pode chegar a 40 mil funcionários.
A paralisação nas montadoras
será julgada pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho)
na próxima terça-feira, após audiência
de conciliação na Justiça do Trabalho,
pedida pelo Sinfavea (sindicato dos fabricantes de veículos),
terminar ontem sem acordo.
Na Scania, em São Bernardo
do Campo, a greve -que deixou a produção parada
por dois dias- acabou ontem à tarde, após os
empregados aceitarem proposta que prevê 18,01% de reajuste
-15,7% de reposição e 2% de aumento real para
quem ganha até R$ 5.000. Acima desse valor, o reajuste
será fixo de R$ 785.
Na Volks de São Bernardo do
Campo, os 14,8 mil funcionários estão parados
há três dias. Cerca de 950 veículos deixam
de ser produzidos por dia. Na Ford, houve paralisação
parcial de 2.500 empregados por cerca de duas horas.
Na DaimlerChrysler (Mercedes-Benz),
1.500 operários do setor de motores mantêm os
braços cruzados desde terça-feira.
O protesto no interior paulista, previsto
para durar um dia, ocorrerá em fábricas de quatro
setores patronais -Grupo 9 (máquinas e eletroeletrônicos),
Grupo 3 (autopeças, forjarias e parafusos), Grupo 10
(trefilação, estamparia e lâmpadas) e
fundição.
O impasse nas negociações
levou os trabalhadores a decidirem ampliar a greve, informou
a Federação Estadual dos Metalúrgicos
da CUT. Os sindicalistas rejeitaram proposta de alguns setores
que oferecem reajuste parcelado -de 11%- para quem ganha até
R$ 2.500. Para salários superiores, o reajuste seria
fixo de R$ 275 em novembro e R$ 129 em janeiro.
A Volks de Taubaté (130 km
de SP) decidiu conceder licença remunerada para os
6.500 funcionários da unidade devido à falta
de peças causada pelas greves nas unidades do ABC e
de São Carlos.
Na GM (General Motors) de São
José dos Campos, os trabalhadores paralisaram a produção
da fábrica por quatro horas ontem.
Força Sindical
A falta de acordo também levou os metalúrgicos
da Força Sindical a marcarem greve, a partir da próxima
segunda-feira, em 26 empresas. Cerca de 100 mil trabalhadores
do ramo químico também ameaçam entrar
em greve na próxima semana. Os químicos pedem
20% de reajuste e aumento real, e o setor patronal ofereceu
14% para quem ganha até R$ 4.000. Acima dessa faixa,
parcela fixa de R$ 560.
CLAUDIA ROLLI
Da Folha de S. Paulo
|