É "prematura" qualquer
previsão sobre a queda do desemprego no país,
afirmou nesta segunda-feira o presidente do Banco Central
(BC), Henrique Meirelles. Segundo ele, apesar de sinais claros
de aquecimento econômico, o aumento da oferta de emprego
"depende de todo um processo e vai depender do ritmo
de retomada nos diversos setores da economia".
"Não vamos subestimar a dimensão da crise
de 2002", repetiu o presidente do BC, após reunião
com o núcleo-executivo do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social (CDES) em seu gabinete.
Por outro lado, um dos argumentos recorrentes de Meirelles
é que apesar da perda de US$ 28 bilhões em crédito
externo, "o Brasil não terá contração
anual de Produto Interno Bruto". Ao seu lado, o secretário
do CDES, ministro Tarso Genro, disse que foi uma boa reunião
de troca de informações. E que Meirelles participará
da última reunião anual do Conselho para fazer
um balanço de 2003.
Meirelles fez aos membros do CDES uma exposição
sobre o processo de recuperação econômica
do país, partindo da situação de desconfiança,
falta de credibilidade e inflação elevada no
início deste ano. Ele repetiu dados que apresentou
semana passada na Comissão Mista de Orçamento
do Congresso.
Durante entrevista, o presidente do BC repetiu que as condições
de retomada do crescimento estão dadas: a inflação
está convergindo para as metas; a questão fiscal
vai bem; a dívida pública vem caindo e melhorando
de perfil; a indústria de transformação
mostra crescimento; a massa salarial dos trabalhadores se
recupera e a balança comercial brasileira apresenta
"clara melhora estrutural".
Segundo Meirelles, as reformas previdenciária e tributária
criarão condições para que o governo
gere "um superávit primário sustentável
para os próximos anos".
Na questão dos juros, ele citou que o Comitê
de Política Monetária (Copom) deixou claro na
ata divulgada semana passada que há espaço para
novos cortes. Disse ainda que os investimentos deve se elevar,
"de forma paulatina", em resposta natural ao novo
cenário econômico do país.
As informações são
do jornal O Globo.
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