WASHINGTON - A quantidade de informação gerada
e armazenada a cada ano no mundo chegou a um volume tão
grande que cientistas dizem que a Humanidade está sendo
engolida por um oceano de dados. O primeiro grande estudo
dedicado unicamente à tarefa de medir quanta informação
há no mundo estima que em 2002 foram produzidos e estocados
cinco hexabytes somente em meios físicos (papel, filme,
meios óticos e magnéticos). Isso equivale ao
conteúdo de 500 mil bibliotecas do Congresso Nacional
dos Estados Unidos, cada uma delas com 19 milhões de
livros e 56 milhões de manuscritos.
De acordo com o estudo "Quanta informação?
- 2003", da Universidade da Califórnia, em Berkeley,
se a quantidade total de informação fosse dividida
pelos cerca de 6,3 bilhões de habitantes do planeta,
cada pessoa produziria o equivalente a 800 megabytes por ano.
A maior parte da informação é digital,
estocada em discos rígidos de computadores. Até
porque seria inviável que fosse guardada em papel,
por exemplo. Só os 800 megabytes por pessoa equivalem
a uma pilha de livros de dez metros de altura. As fotos digitais
também começam a superar aquelas produzidas
em filme.
O coordenador da pesquisa, Peter Lyman, disse que a quantidade
de informação produzida dobrou de 1999 a 2002
e aumenta 30% a cada ano. A maior parte dos dados foi guardada
nos discos rígidos de computadores. Porém, mesmo
o tradicional papel teve um incremento considerável.
A quantidade de dados em jornais, revistas, livros e outros
documentos aumentou 43% em três anos. O meio que mais
perde espaço é o filme, que estaria fadado a
se tornar insignificante dentro de poucos anos.
Lyman frisou, todavia, que quando se fala em fluxo de informação
por meios eletrônicos, chega-se a números estratosféricos.
Quando se considera o fluxo de informação apresentada
em meios eletrônicos - telefone, rádio, TV e
internet - chega-se a 18 hexabytes de novos dados por ano.
Todavia, a maioria deles é constituída de conversas
telefônicas, que respondem por 98%do volume total mundial.
Uma das conclusões que mais chamou a atenção
foi o fato de rádio e TV trazerem pouca informação
nova. Das 123 milhões de horas de transmissões
da TV mundial, só 31 milhões eram de dados novos.
Das 320 milhões de horas/rádio, apenas 70 milhões
eram realmente originais. O país que mais produz informação
é os EUA, que representam 40% do total de dados armazenados.
O estudo revela que, em média, um americano adulto
passa, por mês, cerca de 16 horas falando ao telefone,
90 horas ouvindo rádio e 131 horas assistindo à
TV. A população dos EUA que acessa a internet
(53%) gasta, em média, 25 horas on line em casa e outras
74 horas no trabalho mensalmente. Segundo o estudo, 46% do
tempo dos americanos é dedicado ao acesso à
informação.
As informações são
do jornal O Globo.
|