A reforma trabalhista de Luiz Inácio
Lula da Silva, ex-metalúrgico e hoje presidente, está
travada. A "faxina" da CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho), que completa amanhã 60 anos
e chegou a ser alvo da primeira ação do governo
na reforma trabalhista, foi adiada para o ano que vem.
O fim da unicidade (só pode haver um sindicato por
região) e do imposto sindicais, idéias do governo
Lula para acabar com os sindicatos de "fachada",
não se tornarão realidade tão facilmente.
Resistências contra a reforma vêm tanto do lado
dos empregadores como dos trabalhadores. O discurso é
de mudança, mas segundo apuração do jornal
Folha de S.Paulo, sindicatos patronais e de trabalhadores
não abrem mão de fonte garantida de receita
e de poder de negociação.
"A experiência mundial mostra que é difícil
manter uma organização sindical que presta serviços
a um setor quando só alguns pagam", afirma Dagoberto
Lima Godoy, presidente do conselho de relações
do trabalho da CNI e membro da comissão plenária
do Fórum Nacional do trabalho.
"Deve haver um forte lobby para que essa reforma não
ocorra", afirma o ex-ministro Arnaldo Süssekind,
86, jurista que participou da comissão que criou a
CLT há 60 anos. "Hoje um grupo organiza seu sindicato
e tem fonte de custeio garantida. Não é à
toa que temos mais de 15 mil sindicatos no país. A
principal reforma que tem de ocorrer é a da legislação
sindical."
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