O plano do racionamento no Sistema
Cantareira prevê deixar cerca de 3 milhões de
pessoas sem água de cada vez por, pelo menos, 24 horas.
Os 9 milhões de moradores de parte de São Paulo
e de 10 municípios da região metropolitana abastecidos
pelo sistema serão divididos em três blocos.
A Sabesp afirma que, caso não chova até domingo,
é inevitável o anúncio do rodízio
no início da próxima semana. Ontem, o Cantareira
estava com apenas 3,7% de sua capacidade.
A estação elevatória de Santa Inês,
que lança a água das cinco represas de captação
para a represa ao lado da estação de tratamento
do Guaraú, trabalha com três bombas simultaneamente.
Cada uma é responsável por bombear 11 mil litros
de água por segundo. Durante o racionamento, uma delas
será desligada (reduzindo a produção
em um terço).
O tempo exato em que cada bloco ficará sem água
ainda não foi definido. Os técnicos da Sabesp
afirmam que esse tipo de operação não
se faz com períodos de torneira seca menores que 24
horas.
Cada um dos três blocos será dividido em diversos
grupos, que sofrerão o corte de água em horários
diferentes. Além de facilitar a operação
em um sistema tão grande, o escalonamento é
necessário para evitar problemas na retomada do fornecimento.
Para os técnicos, a forte pressão da água
pode danificar válvulas e adutoras caso o abastecimento
seja normalizado de uma vez só. As válvulas
não foram projetadas para serem abertas e fechadas
com freqüência. Esses equipamentos são fechados
apenas para manutenção na rede — como
a realizada em 27 de setembro.
Por causa de um problema inesperado em uma válvula
durante essa manutenção, 400 mil pessoas ficaram
sem água. O abastecimento só foi normalizado
em 3 de outubro.
Assim como acontece no Sistema Alto Cotia, em que 440 mil
pessoas já enfrentam o racionamento desde o dia 22,
a retomada do abastecimento deverá demorar até
seis horas em regiões mais altas e distantes dos reservatórios
dos bairros.
A meteorologista Neide Oliveira, do Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet), disse que deverá chover na Grande
São Paulo na quinta-feira e sexta-feira. “Devemos
ter uns 30 milímetros de precipitação”,
afirmou. A média de precipitação esperada
para novembro na região metropolitana é de 145,8
milímetros.
DIMAS MARQUES
De O Diário de S. Paulo
|