Qualidade
de vida é apontada como motivação número
um para população encarar a dieta. Resultado
mostra que razões médicas ganham de aparência
A maior motivação do brasileiro para emagrecer
está relacionada a sua qualidade de vida. Uma estudo
realizado com mil pessoas pelo Instituto Especializado em
Pesquisas revelou que 20% da população vai encarar
a dieta para ter mais energia no dia-a-dia, enfim, com a intenção
de se sentir mais saudável. O resultado foi acompanhados
de perto pelas razões médicas, como evitar o
diabetes e as doenças cardiovasculares, e também
pela preocupação com a aparência.
Melhorar a autoconfiança e caber naquela calça
jeans justinha também foram apontados como fatores
determinantes para quem pretende fazer regime ou entrar em
um programa de exercícios físicos. “Os
pacientes procuram o médico atrás de um consolo.
Não adianta falar apenas nos riscos do sobrepeso e
da obesidade”, afirma a endocrinologista Siomara Helena
Tauil, que atende até 150 pessoas por semana em seu
consultório na Capital.
O estudo, coordenado pelo laboratório Roche, motivou
uma campanha na tevê para incentivar a população
a procurar o médico não só por questões
de saúde. “As campanhas para que as pessoas usassem
protetor solar ganharam mais força quando além
do câncer de pele, falou-se também em evitar
rugas”, diz João Carlos Ferreira, diretor Comercial
da Roche, que patrocinou a campanha com o apoio da Associação
Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso).
A idéia de que os médicos devem mudar o discurso
para que o paciente evite a automedicação ou
procure por dietas milagrosas não é acompanhada
por todos. Para Valéria Guimarães, presidente
da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, pacientes
com sobrepeso, índice de massa corporal (peso dividido
pela altura ao quadrado) entre 27 e 30, devem emagrecer apenas
mudando hábitos alimentares e fazendo exercícios
físicos. “Essas pessoas não estão
doentes e, portanto, não precisam de medicação”,
afirma a especialista. “O médico não pode
dizer para um paciente que ele deve emagrecer para ficar bonito
e, sim, mostrar os riscos para a sua saúde”,
critica.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia é da opinião
que as drogas para perder peso como a sibutramina e as anfetaminas
só devem ser consumidas por obesos (índice de
massa corporal maior que 30) e pessoas com sobrepeso acompanhado
de outras doenças (colesterol elevado e diabetes, por
exemplo). Sem indicação, alguns medicamentos
podem provocar dependência.
“Medicamentos foram feitos para tratar doenças.
A obesidade é uma doença, mas o sobrepeso não”,
diz Valéria. “Por isso, os médicos devem
informar o paciente de que a melhor forma de emagrecer nesses
casos é a dieta controlada com exercícios físicos”,
completa. “Quem se propõe a fazer isso pode perder
peso em até quatro meses e atingir o resultado pretendido.”
Regiane Monteiro,
do Diário de S.Paulo.
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