A pesca
artesanal do mexilhão pode gerar rendimentos de R$
30 mil, em oito meses, para famílias de Pontal do Paraná,
no litoral do estado, a partir do ano que vem. É o
que garante os idealizadores do projeto Cultivos Marinhos.
Isso será possível a partir da capacitação
profissional de pescadores para o trabalho da colheita dos
moluscos, cultivados em recifes artificiais implantados em
mar aberto. Famílias de três comunidades serão
selecionadas para cuidar de seis cordões. Cada um pode
produzir cerca de 100 mexilhões.
O projeto é uma parceria da Secretaria de Estado da
Agricultura e do Abastecimento (Seab), do Centro de Estudos
do Mar da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da
Agência de Desenvolvimento da Mesorregião Vale
do Ribeira/Guaraqueçaba. Só no mês passado,
o programa recebeu um investimento de R$ 450 mil do Ministério
da Integração Nacional.
O Cultivos Marinhos parte de uma experiência piloto
realizada nos últimos dois anos e que foi responsável
pela colheita de dez toneladas de mexilhão. A expectativa,
agora, colher o dobro. “As possibilidades de renda para
as famílias envolvidas na experiência é
de R$ 600 por pescador, o que é considerável,
já que a média de faturamento normalmente é
de um salário mínimo”, explica José
Carlos Becker, diretor da agência.
A capacitação das famílias envolve curso
de mergulho, noções de culinária, adequações
sanitárias, comercialização e manutenção
da qualidade. “Isso vai permitir que o pescador agregue
mais valor ao produto, conforme o mexilhão é
melhor processado”, acrescenta Germinal Thieme Pocá,
biólogo da UFPR e coordenador técnico do projeto.
A alternativa ao modelo extrativista de pesca também
é um dos objetivos do programa. “As barreiras
criadas para os recifes servem para impedir a pesca com redes
de arrasto. Essa cultura também evita a extração
dos moluscos no seu hábitat natural”, ressalta
Becker.
As informações são
da Gazeta do Povo, de Curitiba - PR.
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