O executivo Claus Vieira, de 36
anos, foi convidado há uma semana pelo Governo estadual
para elaborar um plano diretor e reestruturar totalmente a
Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem).
Homem de negócios e especialista em gestão,
Vieira aceitou o convite e deixou a direção
geral do portal e provedor de internet Universo Online (UOL).
Na Febem, ele terá a função de, dentro
de seis meses, mudar a imagem que a sociedade tem hoje da
instituição — a de um órgão
falido e sem solução, cujos problemas se arrastam
há mais de dez anos. E, principalmente, preparar a
passagem da administração das 69 unidades para
o Terceiro Setor, como organizações não-governamentais
(ONGs), igrejas e instituições sem fins lucrativos.
Mas Vieira nega que essa será uma de suas prioridades.
“Ainda não está nada certo sobre essa
questão da terceirização, não
tenho nada formatado e nenhum projeto piloto definitivo”,
despista. “É apenas um cenário a ser considerado”.
Vieira começou a trabalhar nesta segunda-feira, numa
sala ao lado do gabinete do presidente da fundação,
Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, na sede da Febem,
que continuará cuidando das questões jurídicas
e do dia-a-dia da instituição. Vieira é
quem vai colocar a mão na massa, mas prefere dizer
que os dois vão trabalhar “a quatro mãos”.
“Minha função é formatar e implantar
o novo plano gestor da Febem”, afirma o executivo. Uma
das primeiras questões será a estratégia
pedagógica para ressocializar os jovens e prepará-los,
por intermédio de cursos profissionalizantes, para
inseri-los no mercado de trabalho quando ganharem a liberdade.
Outra tarefa do executivo será fazer a ponte entre
empresas interessadas em gerenciar unidades, patrocinando
cursos de capacitação, educação
e empregos. Essa estratégia já vinha sendo realizada,
mas de forma bastante tímida.
Outro ponto — também um problema crônico
— será equacionar o número de jovens que
entram e saem da Febem todos os dias e redistribuí-los
de acordo com a capacidade da instituição. “O
custo de cada jovem difere de acordo com as unidades”,
diz. Vieira dá pistas de que o orçamento será
enxugado. “Haverá uma readequação
orçamentária. A linha do governador nessa área
é espartana”, afirma.
O executivo também tem a atribuição
de, por intermédio de técnicas de motivação
e criação de programas de produtividade, fazer
com que os funcionários voltem a sentir orgulho de
trabalhar na Febem.
LUÍSA ALCADE
Do Diário de S. Paulo
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