Dois países,
duas realidades sociais bem distintas, mas um sentimento em
comum: o medo de morrer a qualquer momento vítima da
violência. Seja no Brasil ou em Israel, jovens que moram
em áreas de conflito afirmam que vivem num clima de
incerteza. Na quinta-feira passada, a Megazine promoveu o
encontro de quatro cariocas moradores de favelas com três
israelenses, que conversaram sobre esse e outros assuntos.
Participaram do bate-papo Simone Ribeiro, de 18 anos, moradora
da Rocinha; Leonardo Melo, de 19; Rodrigo Magalhães,
de 25, e Fábio Douglas Almeida, de 28, moradores do
Complexo da Maré, e os israelenses Keren Sharon, de
24; Eran Shavit, de 26, e Ariel Milgram, de 27. Moradores
de Tel Aviv, os três são universitários
e falam português fluentemente: Ariel é filho
de brasileiros; Keren morou um ano no Rio (seu pai trabalhou
no consulado de Israel) e Eran visitou o país como
mochileiro e aprendeu o idioma sozinho.
Eran, Keren e Ariel estão percorrendo cidades brasileiras
justamente para dar depoimentos sobre a realidade israelense
em escolas e universidades. Eles fazem parte da Fundação
Israel@Heart e vieram ao Rio com a ajuda da ONG Hillel Rio
de Janeiro. O trio viaja pelo mundo para mostrar que o país
deles não se resume aos conflitos.
Simone e os rapazes da Maré também acham que
as pessoas têm uma idéia preconcebida sobre os
moradores de favelas. Leonardo, Fábio e Rodrigo são
universitários e Simone, que terminou o ensino médio
ano passado, tem planos de fazer vestibular para fisioterapia
e, quem sabe um dia, sair da Rocinha.
"A Rocinha era tranqüila, mas agora tenho medo".
As informações são
do jornal O Globo.
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