A declaração
final da reunião contra a fome convocada pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e que começa hoje
já foi assinada por 47 países, entre eles Alemanha,
França, Itália, Inglaterra, Índia, China,
Espanha e Argentina. O documento defende a posição
de que enfrentar a pobreza e a injustiça social no
mundo é vital para a segurança e a estabilidade
de todos os países.
"É um número muito significativo de apoios
à declaração final. Conseguimos dar o
impulso político para a reunião de revisão
das Metas do Milênio em 2005", disse o embaixador
do Brasil na ONU, Ronaldo Sardenberg.
O presidente Lula chegou ontem à noite aos Estados
Unidos para participar hoje da reunião de líderes
mundiais contra a fome e, amanhã, abrir a Assembléia
Geral da ONU. O encontro terá a participação
de 60 chefes de estado e de governo, seis vices-chefes de
estado e de governo e 31 ministros. No discurso de amanhã,
o presidente Lula articulará a mobilização
contra a fome e a pobreza com a reforma das Nações
Unidos e a situação internacional.
Bush e o combate à pobreza
Mesmo sem citar o presidente Lula e a reunião de
líderes mundiais, ontem, no seu programa de rádio,
o presidente dos estados Unidos, George W. Bush, falou da
importância de uma ação articulada internacional
contra a fome e a pobreza.
" A América e muitas outras Nações
estão determinadas a se engajar num combate mais forte
contra a fome e a pobreza, assumindo uma nova visão
estratégica de desenvolvimento econômico",
disse.
A declaração faz um alerta de que se ações
urgentes não forem tomadas não será possível
atingir as Metas do Milênio, no que se refere a fome
e a pobreza até 2015. O texto diz que “nas condições
atuais de progresso tecnológico e de produção
agrícola globais, a persistência de uma situação
como essa só pode ser descrita como economicamente
irracional, politicamente inaceitável e moralmente
vergonhosa”.
HELENA CELESTINO
ILIMAR FRANCO
do jornal O Globo
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