Ao afirmar
que "não é possível fazer em quatro
anos 180 mil moradias", o governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin (PSDB), disse que o "PPA [Plano Plurianual]
está errado". A declaração foi uma
resposta à reportagem publicada na Folha de ontem,
que mostra que o governo do Estado concluiu, até 2003,
59,7 mil das 180 mil unidades habitacionais previstas no PPA.
O Plano Plurianual é uma exigência da Constituição.
Nele estão estipulados os indicadores que os governantes
devem seguir durante os seus mandatos.
"O PPA está errado. Não é possível
você fazer em quatro anos 180 mil moradias. Se estivesse
escrito no PPA 60 mil [unidades habitacionais], teria atendido
100%", disse o governador durante cerimônia de
criação do Conselho Estadual dos Povos Indígenas.
Os números fornecidos pelo Estado mostram que o governo
Alckmin cumpriu menos de um terço da meta habitacional
prevista no PPA 2000-2003, que reúne os compromissos
assumidos pelo PSDB no programa de governo apresentado na
campanha eleitoral de 1998, que reelegeu o governador Mário
Covas (1930-2001).
O governador disse também achar "estranhas"
as invasões dos sem-teto em São Paulo.
"Só invadiram terreno do Estado. Nenhum da prefeitura",
declarou. Ao ser questionado sobre um eventual envolvimento
do PT, que governa a capital, nas invasões, ele disse:
"Não estou dizendo que o PT está por trás.
Estou dizendo que é estranho".
Para Alckmin, as invasões não têm relação
direta com as eleições. "Mas que tem uma
politiquinha pequena aí, não tenho a menor dúvida
que tem", disse.
Ocupação continua
Na madrugada de segunda, movimentos de sem-teto promoveram
sete tentativas de invasão em São Paulo. Os
prédios da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional
e Urbano), do Estado, foram os principais alvos.
Em uma das invasões, em um quartel da PM na região
central, houve confronto entre manifestantes e policiais.
Em outros locais, a polícia também interviu,
mas não de maneira pacífica.
O único local onde a ocupação continua
é em um terreno da CDHU no Jardim São Luís
(zona sul). Ontem, os sem-teto decidiram manter a invasão
até que o secretário estadual da Habitação,
Barjas Negri, os receba.
As informações são
da Folha de S.Paulo.
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