No segundo
dia da 4ª Cúpula Mundial de Mídia para
Crianças e Adolescentes, que acontece na Escola Naval,
no Rio de Janeiro, uma das palestras mais concorridas foi
“Mídia: violência e utopia”. A presidente
da Fundação Mundial de Cúpulas de Mídia
para Crianças da Austrália, Patricia Edgar,
abriu a sessão plenária falando sobre violência
e os valores e responsabilidade da mídia.
Discorrendo sobre a responsabilidade dos meios de comunicação,
Patrícia lembrou que os conceitos que são difundidos
e defendidos pela mídia ocidental, em particular pela
americana, têm grande influência sobre todo os
países do planeta:
”São valores que regem a cultura da violência,
do consumo, do individualismo, do materialismo e do sensacionalismo.
As crianças precisam aprender a ter ideais e isso pode
e deve ser divulgado.
Melhor às crianças
Citando o Brasil como um possível modelo para o
mundo desenvolvido, porque “elegeu seu presidente e
quer promover a redistribuição de renda e poder”,
Patricia ponderou que talvez seja impossível chegar
a uma nova ordem perfeita, mas que é preciso perseguir
essa meta.
“Jovens e crianças têm que aprender o
que realmente importa na vida. Somos seres sociais. Temos
que oferecer às crianças o melhor e não
apenas considerá-las um mercado consumidor “,
afirmou a pesquisadora australiana.
Na mesma mesa, Andrea Millwood, da BSC, da Inglaterra, lembrou
que em seu país um canal comercial tem de mostrar seis
horas de programas infantis ou religiosos de forma acessível:
em horários nobres da grade de programação.
Imagem violenta
Ela citou pesquisa que indagou a adolescentes qual foi
a imagem mais violenta que já haviam visto. Em vez
de imagens óbvias, nas quais houvesse cenas de violência
envolvendo jovens, os adolescentes britânicos citaram
o 11 de setembro, revelando sensibilidade e densidade cultural.
PATRICIA FARIA
do jornal O Globo
|