O emprego
formal cresceu em outubro pelo décimo mês seguido.
Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)
mostram que foram criadas 130,16 mil vagas com carteira assinada
no mês passado, o que representa aumento de 0,52% em
relação a setembro.
No ano, o volume de trabalhadores empregados supera o de
funcionários demitidos em 1,796 milhão. A marca
é recorde histórico para o período (janeiro-outubro)
e representa crescimento no nível de emprego formal
de 7,72% na comparação com o estoque de empregos
registrado em dezembro de 2003.
O Caged, que foi criado em 1992, reflete a situação
do mercado formal de trabalho. O cadastro abrange todos os
profissionais com carteira assinada no país, exceto
empregados domésticos.
Ao anunciar os recordes -os números isolados de outubro
também atingiram a marca histórica para o mês-,
o ministro Ricardo Berzoini (Trabalho) adiantou que, em 2005,
o orçamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço) para financiar investimentos em habitação,
saneamento e infra-estrutura urbana chegará a R$ 10
bilhões.
Será o maior valor da história do fundo. Com
esses recursos, o ministro espera que o bom desempenho do
trabalho formal deste ano se repita em 2005.
"O crescimento do mercado formal em 2004 foi muito forte,
puxado pelas exportações e pelo crescimento
da demanda interna. É difícil prever se o ritmo
em 2005 vai se manter, mas esperamos que sim", declarou
Berzoini.
O ministro destaca que o emprego formal está crescendo
em um passo mais acelerado que o do próprio PIB (Produto
Interno Bruto). "Os analistas dizem que a economia crescerá
de 4,5% a 5% no ano. O emprego formal já cresceu mais
de 7% até agora."
Berzoini enfatizou que, novamente, o comportamento das regiões
metropolitanas superou o das demais áreas do país.
Enquanto o crescimento do emprego total foi de 0,52%, nas
nove regiões metropolitanas (Belém, Fortaleza,
Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São
Paulo, Curitiba e Porto Alegre), a média foi de 0,60%.
Entre os Estados, o destaque, em termos absolutos, continua
sendo São Paulo. No ano, já foram criados 645
mil empregos formais. Em segundo lugar aparece Minas Gerais,
com 217 mil vagas.
Setores econômicos
Entre os setores da economia, os que mais contribuíram
para o crescimento do emprego formal em outubro foram a indústria
de transformação (0,89%) e o comércio
(0,89%).
Na agricultura, as demissões superaram as contratações.
A queda no emprego foi de 1,07%. Na administração
pública, o resultado foi negativo em 0,31%.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, fatores
relativos à época do ano afetaram a geração
de empregos no campo. Berzoini afirma que os dados acumulados
no ano, porém, mostram um excepcional desempenho do
emprego agrícola. O crescimento de janeiro a outubro
foi de 19,95%.
A construção civil em outubro mostrou crescimento
modesto: 0,11%. "O número é relativamente
fraco e reflete fatores sazonais. Mas, no ano, a construção
civil tem crescimento de 9,15%." Em 2003, a construção
demitiu 50 mil a mais do que contratou.
JULIANNA SOFIA
da Folha de S.Paulo
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