BRASÍLIA
- O Ministério da Educação está
preparando um plano para ajudar Estados e municípios
a ampliarem seu sistema de ensino fundamental de oito para nove
anos, começando a matricular as crianças aos 6
anos de idade. Mas não há ainda previsão
de que essa série a mais seja implementada em todo o
País, já que Estados e municípios têm
autonomia para decidir fazê-lo ou não.
O assunto está sendo debatido nesta semana em Brasília
por representantes dos sistemas estaduais e municipais, mas
ainda não há um consenso. Hoje, o Brasil é
o único País da América do Sul a ter
apenas 11 anos de educação básica –
oito anos do ciclo fundamental e três do ensino médio.
Nos demais Países são pelo menos 12 anos.
A inclusão de mais um ano permitiria, por exemplo,
adequar os currículos escolares do Brasil ao das escolas
dos outros países do Mercosul – Argentina, Paraguai,
Uruguai e os associados Chile e Bolívia. Hoje a transferência
escolar entre esses países é dificultada por
causa dessas diferenças.
Apesar da Lei de Diretrizes e Bases da Educação,
de 1996, já prever a ampliação, apenas
7,3 milhões de estudantes dos 38 milhões matriculados
no ensino básico no País estão em sistemas
com nove anos. Entre os Estados que já adotaram um
ano a mais no ensino fundamental estão Rio Grande do
Norte, Minas Gerais, Goiás e Amazonas.
No entanto, aumentar um ano na escolaridade obrigatória
significa ter mais alunos e aumentar o investimento em professores,
salas de aula, material escolar, além de investimentos
em treinamento pedagógico. Os currículos escolares
do ensino fundamental e a proposta pedagógica para
a educação infantil também terão
que ser mudados.
De acordo com o presidente da União dos Dirigentes
Municipais de Educação (Undime), Adeum Hilário
Sauer, a mudança sempre foi defendida pela entidade,
mas deve ser implementada gradualmente. "É preciso
adequar as atividades pedagógicas para as crianças
de 6 anos", disse.
A reunião com representantes dos Estados e municípios
termina nesta sexta-feira, com a intenção de
que seja proposta uma meta e uma previsão para que
o sistema seja ampliado.
As informações são
da Agência Estado.
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