BRASÍLIA.
O grupo interministerial que está montando o Programa
Brasileiro de Inclusão Digital se reuniu ontem e fechou
uma proposta de criação de unidades da Casa
Brasil — telecentros onde o cidadão terá
acesso a serviços digitais e de internet —, que
será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula
da Silva até o fim de agosto. O objetivo é implantar
mil unidades até junho de 2005 e outras seis mil até
2007.
Na próxima semana, o grupo se reúne com os
secretários-executivos de todos os ministérios
envolvidos para montar uma agenda comum e estratégias
de atuação.
Fust
O secretário-executivo do Ministério das Comunicações,
Paulo Lustosa, disse que a proposta é articular todas
as áreas do governo para aplicar os recursos públicos
da forma mais proveitosa possível, além de estabelecer
parcerias com estados e municípios. Ele afirmou ainda
que as unidades da Casa Brasil serão centros de cidadania,
onde as pessoas poderão acessar os serviços
de governo, cultura, ciência e tecnologia, entre outros.
Cada Casa Brasil deverá contar com um telecentro comunitário,
uma rádio comunitária, um espaço multimídia
e um centro de reparo de computadores.
"Queremos juntar os pedaços, para não
replicar os telecentros", explicou o secretário-executivo.
Parte dos recursos deverá ser aplicada ainda este
ano — embora o governo ainda não tenha um custo
total orçado. O programa, no entanto, não contará
com recursos do Fundo de Universalização dos
Serviços de Telecomunicações (Fust),
que já tem em caixa cerca de R$ 2,7 bilhões.
A utilização do Fust, segundo Lustosa, ainda
depende da aprovação do projeto de lei geral
das agências reguladoras pelo Congresso, que concede
ao Ministério das Comunicações as decisões
sobre o programa de inclusão digital.
O Banco do Brasil, o Ministério do Planejamento e
a estatal de informática Cobra estudam a possibilidade
de montar um projeto-piloto com um centro de recondicionamento
de computadores em uma área de dois mil metros quadrados
no Rio de Janeiro. Outro centro de recondicionamento poderá
ser instalado em Belo Horizonte. Essa proposta faz parte do
programa de inclusão digital do Banco do Brasil. Esses
computadores recondicionados serão utilizados nos telecentros.
Tarifa única
O grupo interministerial reunido ontem defende também
a criação de uma tarifa flat (valor único)
para a internet. Segundo os técnicos, os preços
elevados do serviço de telefonia convencional e a tributação
incidente no setor dificultam a expansão do uso da
internet pela população.
De acordo com Lustosa, um dos maiores entusiastas do programa
de inclusão digital é o ministro de Comunicação
de Governo e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken.
Já ficou acertado que o programa será apresentado
à Câmara de Política de Desenvolvimento
Econômico. A preocupação no governo e
no mundo, disse o secretário-executivo, é que
a inclusão está diretamente ligada ao conhecimento
e aos saltos que os países podem dar rumo ao desenvolvimento.
As informações são
do jornal O Globo.
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