A troca
de comando na Prefeitura de Porto Alegre, após 16 anos
de administração petista, levará simpatizantes
e filiados do PT a montarem uma ONG com o objetivo de fiscalizar
o governo de José Fogaça (PPS). Como sócio-fundadores,
farão parte até mesmo os atuais ministros Tarso
Genro (Educação) e Olívio Dutra (Cidades),
ex-prefeitos da cidade.
A idéia é do atual prefeito, João Verle
(PT), que também será sócio-fundador
e começará a trabalhar no projeto em janeiro.
Os ministros e o candidato derrotado do PT na última
eleição, Raul Pont (também sócio-fundador),
já aderiram ao projeto.
O acompanhamento será divulgado por meio de um jornal
eletrônico, no endereço www.portoalegre.org.br.
O site ainda não está no ar.
"Estou aposentado e terei tempo disponível para
me dedicar inteiramente à ONG", disse Verle.
Das administrações anteriores, o único
que não participará do projeto será o
atual secretário estadual da Educação,
José Fortunatti, fundador do PT, ex-vice-prefeito,
que agora está no PDT.
"Os participantes têm de ter identidade conosco
hoje. Não haverá restrições partidárias
nem de correntes internas, mas de afinidade", afirmou
o prefeito, que integra a tendência Democracia Socialista,
assim como Pont.
"A idéia é recolher o acúmulo de
experiência de 16 anos e cuidar para evitar a descontinuidade
em conquistas da cidade. Vamos fiscalizar e cobrar. Com o
movimento comunitário, fiscalizaremos se, como prometeu
Fogaça, o Orçamento Participativo será
mantido sem descaracterização", disse.
A ONG começará a ser divulgada no Fórum
Social Mundial, que se realiza em Porto Alegre entre 26 e
31 de janeiro. Verle quer, então, definir fontes de
financiamento, mesmo que internacionais. "Fizemos muitas
relações, em diversas partes do mundo",
afirmou o atual prefeito.
"Por enquanto tudo é incipiente. Não falei
com nenhum dirigente nacional do PT sobre isso. Espero que
isso deixe logo de ser uma idéia clandestina",
disse.
LÉO GERCHMANN
da Folha de S. Paulo
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