O governo anunciou ontem um reajuste
de 16,38% no valor mínimo anual por aluno do Fundef
(o fundo do ensino fundamental) em relação ao
praticado a partir de outubro de 2003.
Se comparado ao valor de janeiro, mês em que o reajuste
é obrigatório, o percentual chega a 20,5%. O
índice estava previsto no Orçamento da União
deste ano e não atinge a reivindicação
de entidades e especialistas.
Com o aumento, o valor mínimo para alunos de 1ª
a 4ª série passa de R$ 462,00 (praticado em outubro)
para R$ 537,71. Para estudantes de 5ª a 8ª série
e da educação especial, sobe de R$ 485,10 para
R$ 564,60. Em janeiro de 2003, os mínimos ficaram em
R$ 446 e R$ 468,30, respectivamente.
O Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério),
implementado em 1998, é constituído de algumas
receitas de municípios, dos Estados e da União.
O total arrecadado é distribuído de acordo
com o número de alunos na rede pública do ensino
fundamental (de 1ª a 8ª série). A União
é obrigada a complementar a verba de Estados que não
chegam ao valor mínimo.
Desde que começou a vigorar, o Fundef tem o mínimo
determinado por meio de decreto presidencial, levando em consideração
recursos disponíveis da União. Especialistas
em educação, inclusive do próprio PT,
têm uma interpretação diferente da legislação.
Por isso, dizem que o valor deveria ser maior do que o estabelecido
pelo governo desde 1998.
Segundo o Ministério da Educação, o
índice de 20,5% representa um aumento real de 12%,
se for baseado na projeção de inflação
do IGP-DI (Índice Geral de Preços de Disponibilidade
Interna) da Fundação Getúlio Vargas.
Neste ano, o Fundef deve movimentar cerca de R$ 28,3 bilhões
contra R$ 25,2 bilhões em 2003. Com a nova tabela,
a União vai complementar recursos para cinco Estados
-Bahia, Maranhão, Pará, Piauí e Alagoas-,
que atendem a 7,5 milhões de estudantes.
As informações são
da Folha de S. Paulo.
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