Em setembro
de 2000, a ONU (Organização das Nações
Unidas) convocou uma cúpula para estipular uma agenda
ambiciosa: atingir, até 2015, um outro patamar de desenvolvimento
global, alavancando o progresso nos países mais pobres
do planeta.
Batizado de ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio),
o compromisso, regulado por 18 metas distribuídas em
oito categorias, foi endossado por 189 líderes mundiais.
No meio do caminho entre os países pobres e os ricos,
o Brasil também assinou o documento. Cinco anos depois,
vai relativamente bem na ampliação da educação
básica e na promoção da igualdade entre
os sexos.
Em entrevista exclusiva à Folha, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva afirma que o governo "está
afinado com as metas". No que ele classifica como "objetivo
humanitariamente mais relevante", contudo, o país
patina: reduzir à metade a miséria e a fome
dificilmente será possível.
O pior cenário, no entanto, é o do Objetivo
7, que pede mais saneamento e habitação e a
proteção de florestas. Nesse ponto, o Brasil
depende de investimentos vultosos.
O desempenho em relação a outros pontos é
nebuloso. Especialistas não arriscam prognósticos
para o combate à mortalidade infantil e materna e a
doenças como Aids. Os dados, antecipados pela Folha
neste especial, são de estudo do Pnud, a ser apresentado
hoje pela ONU.
Mas a União não luta sozinha para melhorar seus
indicadores sociais. Das grandes empresas do país,
96% investem em ações sociais, aplicando R$
4,7 bilhões por ano. Parece muito, mas os recursos
são uma gota diante da amplitude do problema. O principal
mérito, nesse caso, é tornar as iniciativas
não-governamentais um laboratório para inspirar
programas públicos mais eficazes.
As informações são
da Folha de S. Paulo.
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