A Justiça afastou ontem,
temporariamente, o diretor do complexo da Febem de Franco
da Rocha, Fábio Augusto Soares de Assis, e a diretora
da unidade 25, Maria Aparecida de Oliveira.
A juíza Mônica Ribeiro de Souza Paukoski, diretora
do Departamento de Execuções da Infância
e da Juventude da capital e corregedora da Febem, também
deu 45 dias para que o complexo atenda a todas as condições
estabelecidas pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
A decisão atende a uma ação movida pela
promotora Sueli Riviera no dia anterior. A decisão
da Justiça foi anunciada algumas horas depois que o
governador Geraldo Alckmin desativou a unidade 31 de Franco
da Rocha. Em sua ação, a promotora pedia a saída
dos diretores com base em três relatórios de
visitas à unidade 25, que apontam várias irregularidades
no local.
Entre os problemas apontados estão o fato de os internos
permanecerem quase todo o dia trancados e acusações
de que os próprios funcionários incitariam as
rebeliões. Além disso, ficariam misturados,
na unidade, internos primários e reincidentes, e aqueles
que cometeram crimes medianos, como assaltos, e graves, como
homicídios.
A juíza determinou ainda que num prazo de cinco dias
todos os internos da unidade 25 sejam submetidos a avaliação
médica.
O não-cumprimento das ações implicará
o afastamento do presidente da Fundação, Paulo
Sérgio de Oliveira e Costa.
A assessoria da Febem não quis comentar o assunto
por ainda não ter recebido a notificação.
AURELIANO BIANCARELLI
da Folha de S. Paulo
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