Na busca
de apoio financeiro a universitários pobres, a UNE
estimulou o Ministério da Educação a
tomar uma decisão que merece atenção:
uma bolsa em troca de apoio para que alunos de ensino básico
público melhorem seu desempenho. Inicialmente, a bolsa
seria concedida às áreas de licenciatura e pedagogia,
nas quais se concentram os estudantes mais pobres.
Já existem idéias parecidas com essa, em projetos
realizados em Goiás e em São Paulo, nos quais
os universitários ganham dinheiro em troca da participação
em atividades nos fins de semana. A decisão de Brasília
se aproxima mais da experiência de universidades mineiras,
nas quais, com a tutoria acadêmica, há atividades
diárias centradas no reforço ao currículo
tradicional das escolas públicas, usando-se jogos.
O que se vê em Minas
é o melhor desempenho tanto do aluno da escola pública
como do universitário, que aprende a lidar com desafios
concretos. Esse é apenas um detalhe a mostrar que o
ensino superior deveria valorizar muito mais a extensão
não só para prestar serviço à
comunidade mas também para desenvolver as habilidades
dos universitários.
No caso das universidades públicas, esse seria um
jeito de reduzir a injustiça de filhos de ricos e da
classe média receberem subsídio público
para estudar.
PS - Foi um monumental erro não se exigirem contrapartidas
dos beneficiários do Prouni. Teríamos agora
dezenas de milhares de jovens ajudando suas comunidades. Tudo
indica que só não fizeram essa exigência
para o programa não se parecer com o similar desenvolvido
pelos tucanos em São Paulo e em Goiás.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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