O aumento
da população de idosos traz novos desafios à
sociedade para que tenham uma vida digna. Um desses desafios
aparece numa pesquisa realizada pelo Datafolha, que deve ser
divulgada na próxima quarta-feira, durante apresentação
de uma experiência da terceira idade com internet: apenas
12% das pessoas com mais de 60 anos fazem atividades educativas,
ou seja, ocupam seu tempo com novos conhecimentos. Isso significa
uma morte precoce porque revela um desinteresse pelas novidades
da vida.
Há nisso um preconceito. É a idéia de
que só devemos aprender coisas novas e nos interessar
pelas novidades do conhecimento se elas tiverem algum impacto
produtivo. Aprender seria, então, uma questão
de idade, assim como o sexo. Ensinamos isso às crianças,
que acabam reproduzindo esse modo de pensar e se tornando,
mais tarde, vítimas desse preconceito. As escolas vão
ter de desfazer essa asneira se quisermos preparar cidadãos
para viver com dignidade - e dignidade significa, além
de assistência social e médica, sentir-se vivo,
útil, aberto a descobertas.
Segundo o Datafolha, idosos que participam de atividades
educativas se sentem mais saudáveis e dispostos física
e mentalmente pela simples razão de que, ao manterem
contato com as demais pessoas, sentem-se descobrindo o mundo.
Não é um problema só da terceira idade.
É de todos. Na sociedade do conhecimento, movida a
inovação, sai-se melhor quem faz do aprendizado
não um fim, mas um meio, disposto a reciclar-se sempre.
Teste
para saber se você está morrendo
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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