Escolas estaduais
da zona leste de São Paulo começam, neste ano,
a experimentar fórmulas com bons resultados na rede
pública de ensino de Nova York --uma das ideias, por
exemplo, é criar uma espécie de professor de
pais, para aproximá-los da aprendizagem dos filhos
(o detalhamento está neste
link). É apenas o reflexo de um extraordinário
movimento, onde encontro o melhor de Nova York.
Tenho voltado periodicamente a Nova York, onde estou agora
e morei no final da década de 1990, A cidade é
um imenso laboratório de engenharia comunitária,
por realizar experimentos que servem ao terceiro mundo. Um
dos fatos mais notáveis, alem da queda da violência,
é o gigantesco esforço para melhorar as escolas
públicas. Síntese disso é a magnífica
frase do prefeito Michael Bloomberg: "Quero ser avaliado
pelo desempenho dos meus alunos".
Escolas públicas são geridas pela comunidade
--e com resultados cada vez melhores. Diretores são
afastados ou premiados, com base em metas. Professores coordenam
professores assistindo às suas aulas. Chamam-se profissionais,
fora das faculdades de pedagogia, para dar aula nas escolas
mais problemáticas. Grandes empresas garantem emprego
a funcionários que passarem um tempo dando aula.
Empresários colocam centenas de milhões de
dólares para realizar experimentos os mais diversos.
Com esse dinheiro, bancam-se, por exemplo, os colégios
geridos por entidades sociais.
Fico apenas me perguntando se, algum dia, ainda teremos um
governante disposto a condicionar seu desempenho às
notas de seus anos. O melhor de Nova York é justamente
entre aula de civilidade.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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