Um motoqueiro
morre todos os dias apenas na cidade de São Paulo.
Pelo menos três deles sofrem graves acidentes. Quem
entra no pronto-socorro público fica horrorizado com
o tamanho desse massacre do qual somos mais do que observadores.
Somos participantes.
Se o governo tem sua cota de culpa por não conseguir
fiscalizar o trânsito, a sociedade também é
responsável. Afinal, são as empresas e indivíduos
que pagam pelo serviço de motoboys desqualificados,
submetidos a uma situação de estresse constante
e a regras de trabalho precárias. Alguns trabalham
mais do que 16 horas por dia, estimulados a correr mais para
ganhar mais.
Por isso, vale a pena prestar atenção numa
experiência que acaba de começar: a distribuição
de selos de qualidade para empresas de motofrete e motoboys
que se disponham a seguir normas de segurança. É
um selo voluntário. Isso significa que seu sucesso
dependerá de as pessoas contratarem as entregas exigindo
o certificado de qualidade e valorizando a responsabilidade
do trânsito.
São detalhes desse tipo que medem nossa capacidade
de reagir ou não à barbárie, tornando-nos
educadores ou cúmplices da matança.
PS-Os nomes das empresas que receberam o selo estão
no site.
Cidade limpa?
Federações,
empresas e associações apóiam Selo Trânsito Seguro
Coluna originalmente publicada na Folha Online,
editoria Pensata.
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