Grasiela Cardoso
Especial para o GD
Promover em comunidades a inserção do acesso
à Internet e tecnologia digital, ao mesmo tempo em
que são estimuladas práticas culturais e exercícios
de direito como forma de se apropriar desses novos conhecimentos.
Esse é o principal foco do projeto Rede Lê (Rede
de Inclusão e Letramento Digital), fundado pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).
Para a coordenadora do projeto, Regina Helena Alves da Silva,
tudo consiste em utilizar a inclusão digital como uma
forma de transformação social. "Todos podem
participar, escolas, comunidades e até mesmo grupos
indígenas, porque a principal proposta é ensiná-los
a buscar as informações necessárias para
o desenvolvimento próprio", define a coordenadora.
No total, mais de 100 mil pessoas já foram capacitadas
pelo projeto.
Fundada em 2003, a Rede Lê já possui 18 telecentros
espalhados por Belo Horizonte e também no interior
do estado. Nesses centros de informática, os denominados
"agentes multiplicadores", estudantes voluntários
da UFMG, realizam seminários e oficinas de diagnóstico
participativo com a população. É a partir
desse trabalho é que podem ser detectadas quais as
principais necessidades de determinada comunidade e também
quais os tipos de ferramentas tecnológicas que serão
utilizadas para a capacitação de seus partícipes.
Depois de realizarem essa fase, os agentes multiplicadores
- número não especificado pela coordenadora
- oferecem aos grupos locais toda a assessoria necessária
para a gestão e implementação dos projetos
culturais nas comunidades. "O interessante é que
cada comunidade se mobiliza e opina sobre aquilo que irão
aprender", conta Regina Helena.
Como resultado dessas ações três redes
comunitárias já foram criadas: a Rede Quilombo,
que visa desenvolver possibilidades de reflexão para
as comunidades que participam do Rede Lê; a Rede Escola
Pública, na qual nove escolas trocam informações
sobre os projetos sociais desenvolvidos por alunos e também
pelos professores; e a Rede de Comunicação,
em que os participantes da Rede Lê divulgam todos os
eventos e iniciativas locais da comunidade.
A coordenadora do projeto enfatizada que a Rede Lê
ainda é um projeto piloto, porém, em pouco tempo
tem mostrado resultados surpreendentes. "Pretendemos
ampliar as redes de capacitação para todo o
estado e fazer com que todos se mobilizem em prol da inclusão
digital", concluí Regina Helena.
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