“Problemas nós teremos
sempre na Febem. Isso é uma realidade”, admitiu
ontem o secretário estadual da Educação,
Gabriel Chalita, durante o lançamento do programa “Pinte
na Escola Nestas Férias”, na Escola Estadual
Dom Miguel Kruse, Zona Leste.
Chalita argumentou que, todos os dias, a Fundação
Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) recebe cerca de 50
novos jovens e que, muitas vezes, o ingresso nas atividades
educativas e profissionalizantes não é imediato.
“Alguns deles chegam baleados por gangues, têm
famílias desestruturadas, são filhos de traficantes.
Mas, a tendência é a de melhorar. Tenho absoluta
certeza de que 2004 será um ano muito melhor”,
afirmou.
Entre os principais planos do governo para este ano, estão
a ampliação dos cursos de profissionalização
e das vagas do sistema de semiliberdade destinado aos adolescentes
“com menor potencial ofensivo”. O menores passam
o dia nas unidades e à noite vão para suas casas.
Outro ponto positivo apontado pelo secretário é
a participação dos empresários, que passaram
a contratar os adolescentes da fundação.
Quanto à mudança da presidência da Febem,
o governador Geraldo Alckmin avaliou que as trocas são
normais, classificando-as como “uma corrida de revezamento”,
em que cada um cumpre uma etapa. Para Alckmin, o ex-presidente
da Febem, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, realizou
um “bom trabalho” à frente da fundação
e cumpriu seus compromissos.
“Não há mais superlotação
na unidade do Brás, as unidades 30 e 31, de Franco
da Rocha, foram desativadas. Também foram construídas
70 novas unidades. Além disso, 596 adolescentes saíram
da Febem trabalhando. Foram qualificados e estão com
carteira assinada. O caminho para a segunda chance do infrator
é qualificá-lo para ter trabalho e renda, evitando
que volte à violência”, disse Alckmin.
O novo presidente da Febem, Marcos Antônio Monteiro,
assume hoje.
LUCIANA ACKERMANN
do Diário de S. Paulo
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