Apesar
do enorme potencial solar do Brasil - anualmente 15 trilhões
de MWh de energia solar incidem sobre nosso território,
correspondendo a 50 mil vezes o consumo nacional de energia
elétrica - o país apenas engatinha na implementação
de políticas públicas para promover essa fonte
de energia sustentável e, conseqüentemente, as
múltiplas oportunidades desse mercado para geração
de postos de trabalho, além da proteção
da biodiversidade e de populações atingidas
pela construção de novas hidrelétricas.
Internamente temos um parque industrial que detém
sólida tecnologia em coletores termosolares, equipamentos
que apresentam amplas e inequívocas vantagens ambientais,
econômicas e sociais. A produção brasileira
de coletores termosolares cresceu de menos de 50 mil m²,
em 1985, até o pico de cerca de 500 mil m², em
2001, ano da crise de oferta de energia elétrica. Já
no ano seguinte, e com o afastamento da possibilidade de racionamento
de eletricidade, a produção caiu para pouco
mais de 300 mil m² por ano, patamar que vem se mantendo.
Exemplo de decisão política na área
de infra-estrutura na contramão da sustentabilidade
do desenvolvimento é que, no País, a expansão
do sistema de geração tem priorizado investimentos
em mais projetos hidrelétricos de grande porte e em
termelétricas movidas a gás e a carvão
mineral, que contribuem com emissões de carbono para
a atmosfera, além de aumentar a poluição
e a incidência de doenças.
Por outro lado, o uso de chuveiros elétricos representa
hoje cerca de 8% do consumo brasileiro de energia elétrica
e entre 18% e 25% da demanda de pico do sistema. A geração
de energia para suprir essa demanda residencial tem sido feita
principalmente por meio de empreendimentos hidrelétricos,
que pressionam fortemente a biodiversidade e o mundo natural,
além de deslocarem grandes contingentes populacionais.
Ampliar o uso sustentável de energia renovável
pode ser fundamental também para prevenir e enfrentar
os problemas de mudanças climáticas, em grande
parte devido ao uso intensivo de energia de combustíveis
fósseis nos países industrializados, acrescenta
Rubens Born, coordenador do Vitae Civilis
As informações são
do Instituto Akatu.
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