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consumo
06/02/2004
Brasileiro já paga leite até 7% mais caro com crise da Parmalat

A crise da Parmalat está chegando ao bolso do consumidor. Em alguns estabelecimentos em São Paulo, o litro de leite longa vida já está até 7% mais caro. Em outros, começa faltar produtos Parmalat nas gôndolas. Além da crise, o que pressiona os preços do leite é a linha de financiamento do Banco do Brasil concedida aos produtores, que estão começando a estocar o produto.

Em um dos supermercados da rede Futurama, o longa vida subiu 6%, sendo que o Parmalat aumentou 7%. “Se os produtores continuarem a segurar o produto, o preço do leite pode ficar até 10% mais caro”, prevê o encarregado do setor de laticínios da unidade, Fernando Oliveira. Ele conta que a Parmalat registra queda de 40% nas vendas desde o início da crise, em dezembro. “E podem cair até 90% se continuar nesse ritmo”, ressalta.

O preço do longa vida Parmalat pulou de R$ 1,20, no fim de 2003, para R$ 1,55, neste mês. Na rede de supermercados Econ, a Parmalat não entrega leite regularmente há 10 dias. “Por isso, decidi investir no leite da Batavo, que está mais barato”, afirma o gerente comercial da rede, Leandro Cortez.

Enquanto o longa vida da Batavo custa R$ 1,15, o consumidor paga R$ 1,23 pelo produto Parmalat. O leite da Cooperativa Leite Nilza é o mais em conta: R$ 0,99. “Por enquanto, temos estoques para manter esses preços, mas os fornecedores estão pressionando”, comenta. O Grupo Pão de Açúcar também sente a pressão de produtores, que querem aumento entre 5% e 15% no preço do leite. A justificativa é que a entressafra está próxima.

O presidente da Leite Nilza, Alexandre Lemos, explica que os produtores querem o aumento por conta do excesso de oferta do fim de 2003 e da saída da Parmalat do mercado. “O aumento deve chegar a 10% em fevereiro, mas não vai recuperar o valor perdido pelo produtor”. O gerente de agronegócios do BB, José Carlos Vaz, afirma que os produtores já tomaram R$ 5 milhões emprestados para financiar a estocagem de leite. “Também temos R$ 100 milhões já aprovados para os produtores. O aumento nos preços é parte do gerenciamento do setor”. O recurso total da linha é de R$ 300 milhões.



MARIA FERNANDA BLASER
do Diário de S. Paulo

   
 
 
 

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