Um em cada
dois paulistanos sofrerá violência em sua vida
adulta. Dois em cada dez moradores de São Paulo sofreram
algum tipo de violência nos últimos 12 meses.
Apenas um em cada dois paulistanos assaltados vai à
delegacia para prestar queixa. Quase 70% dos roubos, furtos
e agressões não chegam ao conhecimento da polícia.
As pessoas não procuraram as delegacias com medo dos
criminosos e por não acreditarem na eficiência
da polícia. O perfil das vítimas da violência
na capital faz parte de uma pesquisa do Instituto Futuro Brasil
(IFB) preparada nos últimos 12 meses.
Os pesquisadores entrevistaram 20 mil pessoas, em 5 mil residências.
O estudo, que será apresentado nesta sexta-feira no
Seminário de Vitimização, mostra que
dois em cada dez jovens, entre 16 e 25 anos, afirmaram terem
sido desrespeitados durante revistas policiais. Oito em cada
cem adolescentes disseram terem sido agredidos ou maltratados
pela polícia.
O clima de apreensão por causa da violência
fica claro no resultado do estudo: 11% dos paulistanos acham
que podem confiar nas pessoas e 89% julgam mais prudente ficar
sempre com "um pé atrás". Das pessoas
ouvidas, 73% disseram sentir medo quando pensam na violência
e 63% procuram evitar pensar no assunto; 30% têm dificuldades
para dormir por causa da violência e 57,9% já
foram vítimas da violência pelo menos uma vez
na vida.
Mas, na opinião sobre a polícia, nem tudo está
perdido. Aproximadamente 35% dos entrevistados que precisaram
da ajuda da polícia nos últimos 12 meses informaram
que o atendimento dos policiais civis e militares foi bom.
Outros 21% disseram que a qualidade do atendimento foi abaixo
do esperado e 44% disseram ter recebido o auxílio esperado.
Renato Lombardi,
da Agência Estado.
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