O advogado
Ariel de Castro Alves, da Comissão de Direitos Humanos
da OAB e responsável pelo grupo de trabalho para a
implementação do Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA), considera uma grande contradição
o Governo de São Paulo propor mudanças no ECA.
“O estado é o que mais tem resistido ao cumprimento
do estatuto, segundo constatação de todos os
especialistas, inclusive da ONU”, disse.
Alves afirmou ainda que, em princípio, as entidades
estão abertas à discussão, mas salienta
achar ruim o Governo pegar carona em uma tragédia,
como a do casal de namorados Liana Friedenbach e Felipe Caffé,
mortos por um adolescente, para levantar a polêmica
sobre maioridade penal e mudanças no ECA. “É
necessário que todos os setores responsáveis
pela elaboração do estatuto também sejam
consultados”, ressaltou o advogado.
O representante da OAB contou que há 13 anos o ECA
prevê tratamento diferenciado para internos que cometerem
infrações gravíssimas, mas até
agora não há unidades disponíveis para
esses menores no estado. Alves afirmou que não se pode
generalizar casos de infratores como Champinha, que comandou
o assassinato do casal, ou Batoré, autor de 15 homicídios,
para impor mudanças que servirão para todos.
“O ECA prevê recuperação e não
punição”, concluiu.
As informações são
do Diário de S. Paulo.
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