Depois de quase três anos
de arrecadação, a Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações) divulgou ontem seu novo
plano para levar internet rápida a escolas, bibliotecas,
centros de saúde, entre outros estabelecimentos públicos,
com recursos do Fust (Fundo de Universalização
dos Serviços de Telecomunicações), criado
para levar os serviços de telecomunicações
a instituições sem recursos para contratá-los.
O fundo, que é formado a partir da contribuição
sobre o faturamento das telefônicas e da venda de licenças
públicas, tem hoje R$ 2,7 bilhões e nunca foi
utilizado. Para viabilizar legalmente o uso do Fust, a Anatel,
por recomendação do TCU (Tribunal de Contas
da União), estabeleceu o novo serviço sob regime
de concessão e dividiu o país em 11 áreas.
A licitação deve ocorrer neste ano, e cada
uma das novas concessionárias não poderá
prestar o serviço em mais de uma das áreas.
Com a divisão do país, uma empresa que prestar
o serviço nos municípios da Grande São
Paulo, por exemplo, terá de oferecê-lo também
nos Estados do Pará e Amapá, regiões
de menor interesse comercial, mas que foram agrupadas com
a região de São Paulo para a licitação.
Para o conselheiro da Anatel, Antônio Carlos Valente,
a divisão vai evitar que uma grande concessionária
de telefonia fixa seja beneficiada com a prestação
do novo serviço na sua própria área de
atuação, onde já possui infra-estrutura
instalada.
Desta forma, ao oferecer o serviço em um Estado da
sua região original, terá que oferecê-lo
também na área de outra concessionária,
o que forçará o compartilhamento de infra-estrutura.
Além da prestação dos serviços
financiados pelo Fust, as concessionárias poderão
utilizar a mesma infra-estrutura para explorar o serviço
comercialmente, ou seja, oferecendo banda larga para residências
e empresas.
De acordo com as metas de universalização divulgadas,
todas as localidades com mais de 1.000 habitantes terão
disponibilidade de serviço de internet em banda larga.
Para as localidades com até 5.000 habitantes, a universalização
deverá ocorrer até janeiro de 2010. Em janeiro
de 2012, o atendimento será obrigatório para
as localidades que tenham entre 5.000 e 50 mil habitantes
e até 2014, para os municípios com mais de 50
mil habitantes.
As metas que serão impostas às novas concessionárias
deverão ser cumpridas de acordo com a disponibilidade
orçamentária.
De acordo com o plano da Anatel, em janeiro de 2014 todas
as solicitações de acesso deverão ser
atendidas no prazo máximo de quatro semanas.
PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília
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