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25/11/2003
Número de mortos e infectados por Aids no mundo bate recorde

O número de mortes e novos casos de HIV/Aids alcançou novos recordes em 2003 e deve aumentar ainda mais enquanto a epidemia mantém um domínio sobre a África subsaariana e avança sobre o Leste Europeu e a Ásia Central.

Novas estimativas globais baseadas em recentes pesquisas foram divulgadas hoje e mostram que cerca de 40 milhões de pessoas no mundo vivem com HIV/Aids, incluindo estimadas 2,5 milhões de crianças com menos de 15 anos. Cerca de 5 milhões de pessoas foram infectadas em 2003 e mais de 3 milhões morreram neste ano.

"A epidemia de Aids continua a expandir --não atingimos o limite ainda", declarou o médico Peter Piot, chefe do Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/Aids).

"Mais pessoas foram infectadas neste ano do que antes e mais pessoas morreram de Aids do que antes", afirmou Piot, em entrevista à agência de notícias Reuters. "É primeira causa de morte na África e a quarta causa de morte no mundo."

África
A África subsaariana continua sendo a região mais afetada do mundo com cerca de 3,2 milhões de novas infecções e 2,3 milhões de mortes em 2003. O sul da África abriga cerca de 30% das pessoas que vivem com HIV/Aids no mundo --a região tem menos de 2% da população mundial.

Em Botsuana e Suazilândia, o índice de infecção de HIV/Aids entre adultos é de 40%. Uma em cada cinco mulheres grávidas em alguns países africanos está infectada com o vírus, que é mais facilmente transmitido do homem para a mulher do que o contrário.

"Em duas curtas décadas HIV/Aids se tornou tragicamente a principal doença de destruição em massa", declarou o médico Jack Chow, da Organização Mundial de Saúde, durante uma entrevista coletiva.

"A taxa de mortes por HIV/Aids é agora de 8.000 por dia e está crescendo."

Aflição
Piot declarou que a epidemia está se alastrando em países densamente povoados como Índia e China assim como Indonésia, Papua Nova-Guiné, Vietnã e Leste Europeu, onde as regiões mais afetadas incluem Rússia, Ucrânia e Estônia.

"A aflição da epidemia de HIV vai se tornar maior e maior com o tempo porque demora, em média, sete a dez anos depois da infecção para você começar a adoecer e, se não tiver tratamento, morrer", declarou Piot.

"Em outras palavras, mesmo se por algum milagre toda transmissão de HIV parasse, as pessoas ainda ficariam doentes. Estamos apenas no começo do impacto da Aids, obviamente na África", disse.

Tratamento
Mas Piot afirmou que o estudo do Unaids também traz pontos positivos. Em diversas cidades do leste da África, menos pessoas foram infectadas neste ano do que há cinco anos --então a prevenção pode ajudar. Também há mais dinheiro sendo gasto com a Aids.

"Em terceiro lugar, há ainda um período de tratamento, mesmo que hoje apenas 75 mil africanos --menos de um em cada 50 que precisam-- sejam tratados com terapia efetiva. Há também agora um movimento de lançar esse tratamento em um uma grande escala", afirmou.

Em um grande impulso para combater a epidemia, a África do Sul anunciou um plano de fornecer drogas anti-retrovirais gratuitamente para centenas de milhares de pessoas infectadas.

Outros países africanos também estão prometendo recursos.

"Você não pode lidar com educação, pobreza e segurança hoje sem considerar a epidemia de HIV/Aids", afirmou o médico Debrework Zewdie, diretor do programa de HIV/Aids do Banco Mundial.

Piot declarou que "estamos entrando em uma nova fase no combate à Aids e um período de grandes oportunidades".

"Precisamos ser tão entusiasmados em nos certificar de que nossas crianças não sejam infectadas pelo HIV como no tratamento de pessoas que já estão infectadas atualmente."


As informações são da Folha Online.

   
 
 
 

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