Os preços dos combustíveis
não serão reajustados nos próximos meses
porque a perspectiva é que as cotações
internacionais do petróleo e dos derivados fiquem estáveis
em 2004, informou ontem o presidente da Petrobras, José
Eduardo Dutra.
"A previsão é manter a estabilidade dos
preços dos combustíveis", disse Dutra.
Segundo o diretor de Abastecimento da Petrobras, Rogério
Manso, o preço da gasolina teve queda de 10% na comparação
dezembro de 2003 com igual mês de 2002. No caso do diesel,
a redução também foi de 10%. O gás
de cozinha ficou estável. Insumo industrial, o óleo
combustível teve queda de 15%.
Segundo Dutra, o preço do petróleo tipo Brent
vai permanecer na casa de US$ 27 a US$ 28 por barril no ano
que vem.
De acordo com Manso, uma combinação de preço
alto, queda da atividade econômica e substituição
de combustíveis tradicionais por gás natural
fez com que a Petrobras vendesse menos diesel e gasolina em
2003. Houve quedas de 5,5% nas vendas de gasolina e de 5,5%
nas de diesel.
Ao comentar a política de preços da estatal
e a paridade com o mercado internacional neste ano, Dutra
afirmou: "Atualmente, [a relação preço
interno/externo] está estável. Nem para cima
nem para baixo. Ao longo do ano, houve uma aderência
ao preço internacional. Ocorreram momentos em que [o
preço da Petrobras] ficou abaixo. Não temos,
porém, intenção de praticar o parâmetro
internacional no dia-a-dia".
Reajustes
Apesar de afirmar que os preços dos principais derivados
serão mantidos em 2004, a Petrobras alterou ontem os
preços de três produtos usados pelas indústrias.
O querosene de aviação subiu 2,6% e a nafta
petroquímica teve alta de 5,5%. Já o óleo
combustível baixou 2,5%. As mudanças passam
a valer amanhã.
Esses produtos têm seus preços fixados mensalmente
por meio de contratos firmados com grandes consumidores.
Na visão do presidente da Petrobras, uma prova de
que os preços da estatal são competitivos com
os internacionais é o fato de não ocorrem importações
significativas de derivados. "Se o nosso preço
fosse sistematicamente mais alto, haveria uma avalanche de
importações."
PEDRO SOARES
da Folha de S. Paulo, sucursal do Rio
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