O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva agradou os mercados internacionais, mas não
foi capaz ainda de avançar nas áreas sociais,
adiando o sonho de muitos brasileiros. Esse é o mote
das retrospectivas do ano de 2003 sobre o Brasil publicadas
na imprensa britânica hoje.
Num texto em que apresenta um breve balanço do primeiro
ano de governo, a revista "The Economist" afirma
que Lula conseguiu evitar uma crise econômica e aprovar
a reforma da Previdência.
Por outro lado, destaca a publicação britânica,
"o PT não conseguiu escapar das armadilhas de
uma primeira experiência no poder".
"Alguns de seus ministros se provaram incompetentes.
Sua política social foi atrapalhada. O partido, que
se gaba de sua virtude, passou a trocar favores em busca de
apoio do Congresso, assim como faziam seus predecessores",
diz a "Economist".
Elite feliz
Já uma reportagem no "Financial Times"
afirma que Lula decepcionou a classe trabalhadora ao mesmo
tempo em que agradou a elite conservadora no Brasil.
O jornal entrevista uma rica freqüentadora da loja Daslu,
em São Paulo, que se diz satisfeita com a moderação
de Lula, cuja imagem antes a assustava.
"Ironicamente, até agora foi a classe trabalhadora
quem pagou o preço mais alto por ter um ex-sindicalista
na presidência", diz o "Financial Times".
Segundo o diário, as medidas de austeridade econômica
adotadas pelo governo Lula não impediram que a inflação
comesse parte do valor dos salários, ao mesmo tempo
em que a recessão provocou aumento no desemprego.
Um repórter do diário britânico "The
Guardian" enviado ao Maranhão também relata
impressões semelhantes.
Ele conta a história de famílias ajudadas pelo
Fome Zero no município de Nina Rodrigues que começam
a perder um pouco da espeança depositada em Lula quando
ele foi eleito em 2002.
Apesar disso, afirma a reportagem, graças ao seu carisma,
Lula cotinua bastante popular no Brasil.
O texto conclui dizendo que o grande desafio do governo será
fazer valer a promessa de redução das taxas
de juros e de retomada do crescimento em 2004.
As informações são
da BBC, em Londres.
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