BRASÍLIA. Inquieto com as
dificuldades para o cumprimento de sua principal promessa
de campanha e certo de que o crescimento econômico de
4% não basta para o combate eficaz ao desemprego, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai reunir sua
equipe, na semana que vem, para elaborar medidas específicas
para a criação de empregos no país. A
idéia é fazer um esforço coletivo: eleger,
entre os programas ministeriais, aqueles que reforcem o combate
ao desemprego. Estão em estudo a formação
de frentes de trabalho urbano, maior volume de investimentos
em construção civil e o reforço das equipes
de Saúde, por exemplo.
Segundo o ministro do Planejamento, Guido Mantega, que passou
a manhã de ontem com Lula, essa é a orientação
do presidente.
"O presidente quer que o ano que vem seja o ano do crescimento
econômico, do aumento de emprego. A preocupação
dele é tomar medidas que garantam que vá haver
o aumento do emprego para cumprir as metas que estabelecemos",
resume Mantega.
Ao lado dos ministros da Fazenda, Antonio Palocci, do Desenvolvimento,
Luiz Fernando Furlan, e do Trabalho, Jaques Wagner, Mantega
é um dos encarregados de apresentar propostas para
criar empregos. As medidas serão discutidas, com a
presença do presidente, pela Câmara de Política
Econômica, na terça-feira.
"Com o crescimento, uma parte do problema está
encaminhada. A questão é acelerar a resolução.
Pode-se crescer 3,5%, 4% ao ano, e criar 1,5 milhão,
dois milhões de empregos, o que pode não ser
suficiente. Queremos maximizar: com o crescimento de x, quantos
empregos podemos criar?", perguntou o ministro.
Para o Censo, 400 mil vagas
Lula, segundo assessores, quer criar novas vagas de trabalho
nas cidades e nas regiões metropolitanas das capitais.
Na pauta, está a criação de frentes de
trabalho em parceria com prefeituras. A avaliação
do governo é que a liberação de R$ 1,7
bilhão para obras de saneamento básico, agora
no final de ano, vai ajudar na geração de empregos
temporários e na execução de obras pelas
prefeituras.
O governo pretende investir em ações que empreguem
grande volume de mão-de-obra, com a contratação
de 400 mil pessoas para a realização do Censo
de 2004/2005.
Também farão parte da pauta da reunião
da semana que vem o lançamento de uma nova política
industrial, medidas para estimular investimentos em tecnologia
e formas de ampliar ainda mais as exportações,
já que o crescimento econômico tem como conseqüência
o aumento das importações.
Lula pretende reunir-se com os ministros do chamado núcleo
duro do governo. Deverão participar do encontro os
ministros Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação
de Governo e Gestão Estratégica), Palocci (Fazenda),
José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Dulci (Secretaria Geral
da Presidência), além de Mantega e Ciro Gomes
(Integração Nacional). O vice-presidente José
Alencar também poderá participar da reunião,
prevista para terça-feira, mas que pode ser antecipada
para segunda.
Lula também deverá conversar com seus principais
ministros sobre a reforma ministerial. O PMDB vem cobrando
uma decisão do governo em relação a cargos
para os primeiros dias de janeiro. Segundo assessores, o presidente
continua firme na disposição de fazer uma minirreforma,
apenas para integrar o PMDB à equipe.
As informações são do jornal O Globo.
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